Itamaraty aciona embaixadora nos EUA para conter articulação de Eduardo Bolsonaro

Maria Luiza Viotti foi encarregada de agir junto ao governo Trump para evitar sanções contra Alexandre de Moraes

Por Plox

27/05/2025 18h06 - Atualizado há 1 dia

Em um movimento estratégico para evitar uma escalada na tensão diplomática com os Estados Unidos, o Itamaraty confiou à embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti a missão de conter os esforços do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


Viotti, que representa o Brasil em Washington desde 2023 por indicação do presidente Lula (PT), foi orientada a dialogar com autoridades norte-americanas para barrar a tentativa de Eduardo de conseguir apoio do governo de Donald Trump na aplicação de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).



Nos últimos dias, a embaixadora intensificou conversas com diplomatas e interlocutores relevantes da Secretaria de Estado dos EUA, atualmente comandada pelo senador Marco Rubio, figura influente no cenário político americano. A iniciativa visa evitar qualquer tipo de represália a integrantes do Judiciário brasileiro, especialmente a Moraes, acusado por críticos de abusar de sua autoridade e de violar princípios democráticos, como a liberdade de expressão.



Fontes diplomáticas revelaram que Viotti tem frisado, nos diálogos com o governo norte-americano, a longa trajetória de cooperação entre os dois países. Ela teria alertado que sanções a autoridades brasileiras poderiam ser vistas como interferência externa e afetar negativamente a relação bilateral. Hoje, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e cerca de 4 mil empresas norte-americanas atuam em solo brasileiro.



Apesar do esforço diplomático, Eduardo Bolsonaro continua sua cruzada internacional, alegando que autoridades brasileiras que extrapolam os limites constitucionais não devem ficar impunes. O parlamentar sustenta que medidas externas são legítimas diante do que considera abusos do ministro Moraes, que está à frente de inquéritos sigilosos e decisões monocráticas criticadas em diversos setores.


A atuação de Viotti, primeira mulher a chefiar a embaixada brasileira em Washington, ocorre em meio à crescente pressão política. Ela esteve presente na posse de Trump e agora precisa equilibrar os interesses do governo Lula com a complexidade do cenário internacional e interno.


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