Marina Silva abandona sessão no Senado após bate-boca com senadores

Ministra do Meio Ambiente reagiu a ataques verbais e deixou comissão após fala polêmica de parlamentar

Por Plox

27/05/2025 17h56 - Atualizado há 1 dia

Uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado, realizada nesta terça-feira (27), terminou em clima tenso e com a saída abrupta da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. A gestora federal foi ao colegiado para discutir a criação de unidades de conservação marinha no Norte do país, mas acabou protagonizando diversos desentendimentos com parlamentares.


Imagem Foto: Agência Senado


O convite para Marina participar da audiência partiu do senador Lucas Barreto (PSD-AP), preocupado com os impactos ambientais da exploração de petróleo na Margem Equatorial, no Amapá. No entanto, a pauta rapidamente tomou outros rumos e gerou um confronto direto entre a ministra e senadores insatisfeitos com a condução das licenças ambientais por parte do Ministério.


O ponto mais crítico da audiência foi o embate com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Marina exigiu um pedido de desculpas, que não foi atendido. Lembrando que já havia sido alvo de outra declaração do mesmo senador, que certa vez disse que ela deveria ser “enforcada”, Marina decidiu deixar a audiência.



Na saída, concedeu entrevista coletiva justificando sua decisão: “Sou ministra do Meio Ambiente, foi nessa condição que fui convidada. Ouvir um senador dizer que não me respeita como ministra não poderia ter outra resposta da minha parte.”


Antes do desentendimento com Valério, Marina já havia discutido com o presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO). Em determinado momento, afirmou que não era “uma mulher submissa”, ao que o parlamentar respondeu que ela deveria “se pôr no seu lugar”.



Também houve troca de farpas com o senador Omar Aziz (PSD-AM), defensor da pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). Omar cobrou celeridade na liberação das licenças ambientais para a obra e acusou Marina de “atrapalhar o desenvolvimento do país”. A ministra rebateu dizendo que está sendo colocada como “bode expiatório” no caso da rodovia.



Após a saída da ministra, o senador Marcos Rogério afirmou que será votada, na próxima reunião deliberativa, a convocação oficial de Marina Silva, sinalizando que o clima entre o Legislativo e o Ministério do Meio Ambiente continua estremecido.


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