PCMG prende suspeitos de aplicar golpes em leilões online; R$ 18 milhões foram movimentados

Operação Martelo Virtual mira organização criminosa que aplicava golpes em sites falsos de leilão; Justiça bloqueou imóveis, veículos e mais de mil contas bancárias

Por Plox

27/05/2025 16h55 - Atualizado há 1 dia

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta terça-feira, 27 de maio, a segunda fase da Operação Martelo Virtual, que tem como alvo uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes em leilões falsos de veículos pela internet e de lavagem de dinheiro. A operação resultou na prisão de 12 pessoas, além da apreensão de documentos e 32 veículos, totalizando cerca de R$ 60 mil em bens, distribuídos por mais de 12 cidades em diferentes estados brasileiros.


Ao todo, foram cumpridos 54 mandados de busca e apreensão em municípios dos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. A quadrilha também atua em Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. A polícia estima que mais de 250 pessoas tenham sido vítimas do esquema fraudulento, com prejuízos individuais que, em alguns casos, chegaram a quase R$ 200 mil.


Imagem Foto: Pixabay


Apenas em 2024, a organização movimentou mais de R$ 18 milhões de forma ilícita. Como parte da operação, foram judicialmente bloqueados 86 imóveis, 3 motos aquáticas e 506 veículos, além de 1.023 contas bancárias ligadas a 82 pessoas físicas e jurídicas.


Segundo o delegado João Carlos, que lidera a investigação, o grupo operava com uma estrutura organizada, incluindo responsáveis pela criação de sites falsos, captação de 'laranjas' para receber os valores das vítimas e operadores financeiros que distribuíam os recursos rapidamente para dificultar o rastreamento.


A fraude era sofisticada: os criminosos usavam sites com aparência oficial, promovidos com anúncios pagos, para simular leilões de veículos. Após o suposto arremate, as vítimas eram direcionadas para um aplicativo de mensagens, onde recebiam instruções para fazer transferências via Pix. Os valores iam diretamente para contas de integrantes da quadrilha.


A operação teve início em 2023 pela Delegacia de Frutal, no Triângulo Mineiro. Na época, os investigados agiam também em Uberlândia. Um dos sites usados era www.vipleiloes.org/br/, que imitava o nome de leiloeiras oficiais. Em abril de 2024, já havia sido divulgada a movimentação de R$ 1 milhão por parte do grupo.


Para viabilizar o combate ao esquema, a Justiça autorizou medidas cautelares como o sequestro de bens e valores, a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos e o bloqueio de contas bancárias. O nome da operação, Martelo Virtual, faz referência ao uso fraudulento do ambiente digital para simular lances em leilões.


Felipe Colombari, chefe do 5º Departamento da PCMG, alertou a população sobre os riscos no ambiente virtual. “Sites com preços muito abaixo do mercado ou com aparência duvidosa devem ser tratados com desconfiança. Em caso de dúvida, não concretize a negociação”, orientou.


A investigação continua, e a polícia não descarta novas prisões nos próximos dias.


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