Colgate retira de linha versão Clean Mint após centenas de queixas à Anvisa
Cremes dentais com nova fórmula geraram mais de 1,2 mil relatos de ardência, inchaço e aftas em consumidores
Por Plox
27/06/2025 09h11 - Atualizado há 1 dia
Em meio a crescentes relatos de problemas bucais após o uso do creme dental Clean Mint, a Colgate-Palmolive Brasil anunciou a suspensão da fabricação do produto. A medida veio após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receber mais de 1,2 mil notificações de consumidores que afirmaram ter sofrido reações adversas.
Os sintomas mais comuns incluíam ardência, inchaço, aftas, além de, em alguns casos, dificuldades para falar e se alimentar. A versão em questão, Colgate Total Prevenção Ativa Clean Mint, havia sido relançada com nova fórmula em julho de 2024, quando o fluoreto de estanho substituiu o fluoreto de sódio como agente ativo.

A Colgate havia modificado não apenas a composição, mas também o nome do produto, uma variação da consagrada linha Colgate Total 12. No entanto, as alterações foram seguidas de uma escalada nos relatos de reações, o que motivou uma ação da Anvisa no final de março, proibindo a venda da pasta no dia 27 daquele mês.
No fim de março, a empresa já havia parado de distribuir o produto às lojas. Inicialmente, a Colgate conseguiu uma suspensão temporária da medida e o item voltou a ser comercializado em 30 de março. Porém, com o aumento expressivo nas notificações de efeitos adversos, a Anvisa voltou atrás e manteve a proibição, que continua em vigor.
Desde então, a agência reguladora iniciou uma investigação para identificar os componentes responsáveis pelas reações.
"A empresa também está apurando se os problemas estão ligados aos aromatizantes com óleos essenciais, conhecidos pelo seu potencial alergênico, além de corantes e outros aditivos usados para melhorar o sabor da fórmula", informou a Anvisa.
Apesar da principal mudança ter sido a troca do tipo de fluoreto, ainda não há confirmação de que esse seja o verdadeiro causador das reações. A Colgate afirma que a decisão de retirar o produto do mercado é uma forma de atenção aos consumidores e de respeito às investigações conduzidas pela agência.