Conflitos armados no Rio deixam dois mortos e serviços suspensos

Na madrugada desta sexta-feira (27), moradores das comunidades do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, e de Tomás Coelho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, enfrentaram mais um episódio de violência. Pelo quarto dia consecutivo, confrontos entre facções criminosas rivais provocaram tiroteios intensos, deixando a população em estado de alerta.

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Dois homens foram encontrados mortos em áreas próximas às comunidades. Um dos corpos, de um jovem de 19 anos, estava próximo a uma passarela em Tomás Coelho. O outro foi localizado em Vicente de Carvalho. O Corpo de Bombeiros confirmou que ambas as vítimas já estavam sem vida quando as equipes chegaram aos locais.

Na noite anterior, quinta-feira (26), um morador foi baleado no pé enquanto retornava para casa, na altura da Avenida Meriti com a Avenida Pastor Martin Luther King, próximo ao Juramentinho. Ele foi socorrido e recebeu alta após atendimento no Hospital Estadual Getúlio Vargas.

Moradores relataram momentos de terror durante os confrontos. \"Essa noite, pra gente, foi muito difícil. Não conseguimos dormir, parecia uma guerra\", disse uma moradora. Outro residente afirmou: \"Já é o quarto dia seguido dessa guerra no Juramento. Agora são 9h30 da manhã e ainda conseguimos ouvir tiros disparados por criminosos a todo momento.\"

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A violência impactou diretamente os serviços públicos da região. A Secretaria Municipal de Educação informou o fechamento de quatro escolas no Morro do Juramento e outras duas no Juramentinho. Além disso, uma unidade de saúde suspendeu os atendimentos médicos nesta manhã, conforme a Secretaria Municipal de Saúde.

O MetrôRio fechou o acesso B da estação Vicente de Carvalho por medida de segurança. Passageiros relataram que precisaram se abaixar dentro dos vagões durante o trajeto devido aos tiros. A Avenida Pastor Martin Luther King também foi interditada em um trecho por conta dos confrontos.

A Polícia Militar, por meio do 41º BPM (Irajá), reforçou o policiamento com viaturas e veículos blindados nos acessos às comunidades. As ações contam com apoio do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA), que realiza cercos, abordagens e revistas com o objetivo de estabilizar a região e localizar os envolvidos nos confrontos.

Simultaneamente, na Zona Oeste do Rio, uma operação da Polícia Militar no Catiri, em Bangu, resultou no fechamento de escolas e suspensão de serviços públicos na manhã desta sexta-feira. A região, marcada por confrontos frequentes entre traficantes e milicianos, também registrou ações policiais na Vila Kennedy, comunidade próxima.

A Secretaria Municipal de Educação informou que três escolas na comunidade do Catiri foram impactadas. Na Vila Kennedy, 15 unidades escolares tiveram as atividades comprometidas devido à operação em andamento. A Secretaria Municipal de Saúde comunicou que uma unidade de saúde que atende a comunidade do Catiri suspendeu o funcionamento nesta sexta. Na Vila Kennedy, outra unidade interrompeu o atendimento, e quatro continuam em funcionamento, mas com as visitas domiciliares temporariamente suspensas.

A Vila Olímpica, que atende cerca de 1.500 alunos ao longo da semana, também foi afetada pela instabilidade causada pela operação. A Polícia Militar informou que agentes do Comando de Operações Especiais (COE) e do Batalhão de Polícia de Choque atuam no Catiri com apoio do 14º BPM (Bangu), visando coibir a ação de grupos criminosos que disputam o controle territorial da região. Até o momento, não há registro de presos ou apreensões. As ações seguem em andamento.