Corte no orçamento da Defesa paralisa aviões da FAB e obriga ministros a recorrerem a voos comerciais
Apenas três das dez aeronaves destinadas ao transporte de autoridades estão operacionais, devido à falta de recursos para manutenção e abastecimento
Por Plox
27/06/2025 11h27 - Atualizado há 3 dias
A rotina de deslocamento de ministros e autoridades do governo federal tem sido profundamente afetada por uma crise orçamentária que atinge diretamente a Força Aérea Brasileira (FAB). Dos dez jatos executivos disponíveis para o transporte de autoridades, apenas três permanecem em operação, enquanto os outros sete estão fora de serviço devido à falta de recursos para abastecimento e manutenção.

Essa situação é resultado de um corte de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa, implementado pelo governo federal. A redução de verbas comprometeu não apenas o reabastecimento das aeronaves, mas também todo o ciclo de operação e manutenção da frota. Segundo a FAB, as restrições orçamentárias impactam a aquisição de lubrificantes, peças de reposição e a realização de reparos em motores, comprometendo a plena disponibilidade dos meios e dificultando o cumprimento da missão.
Com a diminuição da frota operacional, ministros que não estão no topo da hierarquia de prioridade para o uso das aeronaves oficiais têm enfrentado dificuldades para reservar voos. A legislação vigente estabelece que ministros das pastas da Justiça, Fazenda, Casa Civil e Defesa, além dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, têm preferência na utilização dos jatos da FAB. Os demais precisam aguardar a disponibilidade de aeronaves, o que tem se tornado cada vez mais raro.
Diante desse cenário, muitos ministros têm recorrido a voos comerciais para cumprir suas agendas pelo país. A situação tem gerado desconforto e reclamações entre os integrantes do governo, que se veem obrigados a enfrentar filas em aeroportos e a lidar com a imprevisibilidade dos voos comerciais.
A crise na aviação oficial evidencia os impactos dos cortes orçamentários nas operações das Forças Armadas e levanta preocupações sobre a capacidade do governo de garantir a mobilidade de suas autoridades em um momento de restrições financeiras.