Governo muda regra sobre traslado após tragédia com brasileira
Decisão de Lula autoriza, em situações excepcionais, o custeio pelo Itamaraty do transporte de corpos de brasileiros mortos no exterior
Por Plox
27/06/2025 07h43 - Atualizado há 14 dias
A morte trágica de Juliana Marins, publicitária de Niterói, durante uma trilha em um vulcão na Indonésia, gerou repercussão nacional e motivou uma mudança inédita nas normas do governo brasileiro.

Nesta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um novo decreto que permite, de maneira excepcional, que o Ministério das Relações Exteriores custeie o traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior. Essa decisão representa uma alteração importante em relação às regras anteriores, que determinavam que os familiares da vítima deveriam arcar com todas as despesas.
Antes mesmo da manifestação oficial do governo, o ex-jogador Alexandre Pato e a Prefeitura de Niterói haviam se colocado à disposição para cobrir os custos do transporte do corpo de Juliana. Em homenagem à vítima, a prefeitura da cidade também decretou luto oficial de três dias.
A nova diretriz do Itamaraty permite a cobertura do traslado desde que algumas condições sejam cumpridas: a família deve comprovar não ter recursos para arcar com o transporte, não deve haver seguro ou cláusula contratual de trabalho que cubra esse tipo de despesa, o falecimento precisa ocorrer em circunstâncias que gerem comoção pública e deve existir disponibilidade orçamentária e financeira por parte do governo.
“Conversei com o pai de Juliana para prestar minha solidariedade. Informei a ele que determinei ao Itamaraty que preste todo o apoio à família”
, escreveu Lula em sua conta oficial na rede X, antigo Twitter, após ligar para Manoel Marins, pai da jovem.
O novo decreto altera dispositivos da regulamentação da Lei de Migração e será detalhado por um ato específico do ministro das Relações Exteriores, que definirá os procedimentos operacionais da medida.
Essa flexibilização na legislação foi motivada não apenas pela comoção popular gerada pela morte de Juliana, mas também pela cobrança pública por parte da sociedade e por manifestações solidárias que expuseram a rigidez das antigas regras.
A partir de agora, casos excepcionais que envolvam brasileiros mortos fora do país poderão contar com o suporte do Estado, desde que observados os critérios exigidos.