Nevasca no Atacama: 19 brasileiros são resgatados após 24 horas presos em ônibus

Durante uma viagem pelo deserto do Atacama, no Chile, um grupo de 19 turistas brasileiros enfrentou uma situação crítica ao ficar preso em uma nevasca inesperada. Entre os passageiros estava o dentista carioca Diego Coviello, que celebrava seu aniversário no dia do resgate.

Foto: Reprodução

O incidente ocorreu na Rota CH-27, a uma altitude de 4.500 metros, próximo ao Passo Internacional de Jama, na fronteira com a Bolívia. As condições climáticas se deterioraram rapidamente, com temperaturas chegando a -7°C, visibilidade nula e acúmulo de 10 centímetros de neve, surpreendendo os viajantes que não esperavam por neve na região.

Diego relatou que o grupo passou a noite dentro do ônibus, que estava equipado com aquecedor, o que ajudou a manter a segurança dos passageiros até a chegada das equipes de resgate. \"Não tinha previsão de neve, fomos pegos pelo destino. Não acontecia isso aqui no deserto do Atacama há 10 anos\", comentou.

A operação de resgate foi coordenada pelo Comitê de Gestão de Risco de Desastres (COGRID) do município de San Pedro de Atacama, com apoio do Corpo de Bombeiros e do Exército chileno. Ao todo, 59 pessoas foram resgatadas, incluindo os 19 brasileiros. Os veículos envolvidos incluíam oito caminhões, três carros particulares e a van que transportava os turistas brasileiros.

As autoridades locais informaram que todos os resgatados estavam em bom estado de saúde e foram levados inicialmente para o complexo fronteiriço de Hito Cajón, antes de seguirem para San Pedro de Atacama. O prefeito Justo Zuleta Santander destacou a importância da operação e alertou sobre os riscos de viajar por áreas montanhosas durante condições climáticas instáveis.

O comandante Ariel Campos, responsável pelas operações de resgate, afirmou que o contato com os passageiros foi mantido por telefone via satélite e que todos passaram a noite em boas condições dentro dos veículos. A prefeitura de San Pedro de Atacama reforçou a recomendação para que turistas evitem viagens por regiões montanhosas enquanto as condições climáticas adversas persistirem.