Impasse internacional: Brasil interrompe extradição de espião russo aos Estados Unidos
Sergey Vladimirovich Cherkasov foi preso em abril do ano passado usando documentos falsos
Por Plox
27/07/2023 11h16 - Atualizado há quase 2 anos
A última decisão do governo brasileiro gerou controvérsias internacionais. Sergey Vladimirovich Cherkasov, um cidadão russo que figura como suposto espião, foi barrado em sua extradição para os Estados Unidos. A atitude foi tomada pela administração Lula, que se viu em meio a uma situação delicada de política internacional.

A identidade verdadeira de Cherkasov veio à luz depois de uma prisão ocorrida em abril do ano anterior. Detido pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, após ser deportado da Holanda, o russo utilizava documentos falsificados na ocasião. Mais tarde, constatou-se que ele havia usado a identidade de um estudante brasileiro para operar em solo norte-americano e europeu.
A demanda pela extradição de Cherkasov veio por parte do governo estadunidense, que entrou em contato com o Ministério da Justiça do Brasil. O pedido foi direcionado ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI). A acusação dos Estados Unidos é de que Cherkasov operou em território americano usando documentos brasileiros fraudulentos.
No entanto, a resposta do Brasil para a extradição foi negativa. O DRCI não endossou a solicitação dos Estados Unidos. A confirmação veio através do Ministro Flávio Dino, que confirmou a posição do país em uma declaração na última quinta-feira.
Em suas palavras, o Ministro Dino ressaltou a seriedade do processo, esclarecendo: "Quanto ao cidadão russo Serguei Vladimirovich Cherkasov, esclareço que o parecer técnico do Ministério da Justiça, acerca de dois pedidos de extradição, está embasado em Tratados e na Lei 13.445/2017. No momento, o citado cidadão permanecerá preso no Brasil".
Atualmente, Cherkasov continua preso em Brasília, marcando uma situação tensa entre Brasil, Rússia e Estados Unidos. O desdobramento dessa história está sob os olhares atentos do mundo, com a decisão do governo Lula de não autorizar a extradição repercutindo em várias esferas da política internacional.