Infartos aumentam no inverno, atingindo até 12% mais internações no Brasil
Fatores fisiopatológicos e infecções respiratórias contribuem para o aumento
Por Plox
27/07/2024 10h25 - Atualizado há 5 meses
No período do inverno, as internações por infarto aumentam significativamente no Brasil, atingindo até 12% mais casos em pessoas com fatores de risco. De acordo com dados do Observatório de Saúde Cardiovascular do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), que utilizou informações do Datasus, do Ministério da Saúde, esse fenômeno é comum entre 2008 e 2023. A diretora do INC, Aurora Issa, destacou que, em nível mundial, o aumento pode chegar a 30%.
Impacto do frio na saúde cardiovascular
A doutora Aurora explicou que o frio provoca a contração dos vasos sanguíneos, o que pode elevar a pressão arterial e aumentar a resistência ao bombeamento do sangue pelo coração, sobrecarregando o órgão. Este é um dos principais mecanismos que contribuem para o aumento de infartos no inverno.
Riscos adicionais com infecções respiratórias
Outro fator relevante é o aumento de internações por infecções respiratórias durante o inverno. Aurora Issa ressalta que tais infecções podem instabilizar as placas de gordura nas artérias coronárias, levando à formação de trombos. Esses trombos bloqueiam a passagem do sangue, aumentando significativamente o risco de infarto.
Sintomas de infarto
Os sintomas de um infarto incluem dor no peito prolongada, uma dor não habitual que não passa com medicações usuais. O cardiologista Flavio Cure alerta que, além da dor no peito, o paciente pode experimentar desconforto, falta de ar e cansaço. É crucial procurar assistência médica imediata ao apresentar esses sintomas, pois a demora no atendimento pode resultar em danos graves ao músculo cardíaco, chegando à necrose.
Prevenção de infartos no inverno
O cardiologista Flavio Cure recomenda que indivíduos propensos a doenças cardiovasculares adotem medidas preventivas durante o inverno. Manter a pressão, o peso, a glicose e o colesterol sob controle é essencial. Ele também enfatiza a importância de ingerir líquidos suficientes para evitar a espessura do sangue devido à menor ingestão de água no frio.
Diferenças de gênero e idade no risco de infarto
O infarto é mais comum em homens do que em mulheres. Nos homens, a incidência aumenta significativamente a partir dos 50 anos, enquanto nas mulheres, ocorre mais após os 60 anos. Embora seja mais raro, jovens também podem sofrer infarto, especialmente se tiverem alguma doença subjacente.