Defesa de general preso por golpe pede ao STF tratamento semelhante ao de Bolsonaro

Advogados de Mario Fernandes alegam desproporcionalidade na prisão e pedem aplicação de medidas alternativas já adotadas com o ex-presidente

Por Plox

27/07/2025 11h13 - Atualizado há 8 dias

No sábado à noite, um pedido foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pelos advogados do general Mario Fernandes, buscando a revogação de sua prisão preventiva ou, alternativamente, a substituição por medidas cautelares semelhantes às impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre as alternativas sugeridas estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros envolvidos na investigação.


Imagem Foto: Presidência


A solicitação veio logo após o término das oitivas do chamado 'núcleo 2', um dos grupos investigados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil. O general, apontado pela delação de Mauro Cid como “o mais radical entre os radicais”, está detido desde fevereiro, quando foi alvo da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República o acusa de fazer parte do núcleo militar de uma organização criminosa que pretendia impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



Durante o processo, Fernandes admitiu ter escrito o documento intitulado 'Punhal Verde Amarelo', em que se mencionavam ações como o “envenenamento” de Lula e a “neutralização” do vice-presidente Geraldo Alckmin. Apesar disso, ele alegou que o texto seria apenas uma análise de risco individual e que jamais teria sido compartilhado com outros investigados.



A defesa reforça que não há provas de que o general tenha agido para implementar qualquer plano e que ele não confessou intenção de matar ninguém. Os advogados também destacam que Mauro Cid, embora o tenha citado, afirmou em sua delação que nunca recebeu o documento nem tratou do conteúdo com Fernandes. Ainda segundo a Polícia Federal, mensagens apontam que o general teria solicitado a Cid que convencesse Bolsonaro a assinar um decreto com conteúdo golpista. Mesmo assim, os defensores argumentam que Fernandes não participou da elaboração do texto e tampouco esteve presente nas reuniões estratégicas do grupo.



Diante disso, os advogados consideram desproporcional a manutenção da prisão de Fernandes, especialmente quando comparada ao tratamento concedido ao ex-presidente Bolsonaro, que responde ao mesmo processo em liberdade sob restrições alternativas.


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