Justiça decreta prisão de donos de clínica acusados de torturar e matar paciente em SP

Polícia procura Cleber Silva e Terezinha Conceição, acusados de administrar coquetel de remédios e agredir paciente em clínica clandestina de Cotia

Por Plox

27/08/2024 11h42 - Atualizado há 4 meses

A Polícia Civil está à procura de Cleber Fabiano da Silva e Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição, proprietários da Comunidade Terapêutica Efatá, uma clínica de reabilitação para dependentes químicos localizada em Cotia, na Grande São Paulo. O casal é acusado de torturar e causar a morte de um paciente em julho deste ano e está foragido desde que a Justiça decretou suas prisões preventivas nesta segunda-feira (26).

Foto: Reprodução

Tortura e morte na clínica

Cleber e Terezinha, ambos enfermeiros, são acusados de ter administrado um coquetel de medicamentos em Jarmo Celestino de Santana, um paciente de 55 anos, que resultou em sua morte. A vítima, que havia sido internada à força na clínica a pedido de sua família no dia 5 de julho, foi encontrada com diversas lesões e levada ao hospital em Vargem Grande Paulista, onde faleceu em 8 de julho devido à gravidade dos ferimentos e à intoxicação pelos remédios.

De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a morte de Jarmo foi causada por "fármacos psiquiátricos" e "trauma abdominal". O relatório apontou que ele foi espancado com socos e pontapés e forçado a ingerir um composto de comprimidos chamado "Danoninho".

Investigação e prisão de monitor

Matheus de Camargo Pinto, monitor da clínica e também réu no processo, foi preso preventivamente em julho. Ele foi acusado de agredir fisicamente Jarmo e de filmar a tortura, compartilhando o vídeo nas redes sociais. Nas imagens, a vítima aparece amarrada com cordas a uma cadeira, enquanto outras pessoas zombam de sua condição. Em uma mensagem de voz, Matheus confessou a agressão: "Cobri no cacete".

Reincidência e irregularidades na clínica

O Ministério Público destacou que esta não é a primeira vez que Cleber e Terezinha enfrentam acusações de maus-tratos. O casal já havia sido investigado por abuso de internos em outra clínica em Cotia, mas não foram responsabilizados na ocasião.

Além disso, a clínica Efatá foi interditada pela Vigilância Sanitária, que confirmou que o estabelecimento operava sem autorização. Apesar disso, os proprietários afirmam que a clínica estava devidamente regularizada.

Repercussões legais e profissionais

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) também está investigando se Cleber e Terezinha violaram normas éticas e profissionais em suas práticas na clínica. As possíveis punições incluem advertência, multa, censura, suspensão ou até cassação do exercício profissional.

A advogada do casal, Terezinha Cordeiro de Azevedo, informou que não comentaria a decisão da Justiça, limitando-se a declarar: "Nada a declarar". Em ocasiões anteriores, ela afirmou acreditar na futura comprovação da inocência de seus clientes.

Apelo por informações

As autoridades continuam a busca pelos acusados e solicitam que qualquer informação sobre o paradeiro de Cleber e Terezinha seja comunicada anonimamente ao Disque-Denúncia, pelo telefone 181.

 

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