Anvisa aprova Mounjaro: um avanço no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade

Medicamento injetável visa controlar glicemia e aumentar a sensação de saciedade

Por Plox

27/09/2023 08h18 - Atualizado há mais de 1 ano

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu sinal verde para o uso de Mounjaro, uma droga injetável com foco em pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2. Essa medicação, cujo princípio ativo é a tirzepatida, atua na regulação dos níveis de açúcar no sangue e promove uma sensação ampliada de saciedade.

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Inovação no controle glicêmico

Produzida sob o nome comercial Mounjaro, a tirzepatida destina-se ao tratamento de diabetes tipo 2. A doença é caracterizada pela resistência à insulina, que resulta em uma elevação constante dos níveis glicêmicos. A nova droga atua em dois hormônios presentes no intestino, o GLP-1 e o GIP. Levimar Rocha Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica: "Esses hormônios naturais estimulam a secreção de insulina, e ao mesmo tempo, bloqueiam a liberação de outro hormônio, o glucagon, que eleva a glicose". Ele também destaca a potencial aplicação do Mounjaro para a obesidade, pois o medicamento pode retardar o esvaziamento gástrico, o que amplia a sensação de saciedade após a ingestão de alimentos.

No entanto, o Mounjaro não é indicado para todos. Existem contraindicações para pacientes com alterações gastrointestinais, diabetes tipo 1, gestantes e lactantes.

Entendendo a diabetes

A diabetes, cujo termo médico é Diabetes Mellitus, é uma doença metabólica resultante da incapacidade do corpo em regular os níveis de açúcar no sangue.

A diabetes tipo 1 ocorre quando o paciente perde a capacidade de produzir insulina, necessária para a absorção de glicose pelas células. Seus sintomas incluem sede excessiva, fome intensa, e visão embaçada. O Mounjaro não é indicado para esta categoria.

Já a diabetes tipo 2 manifesta-se, geralmente, após os 40 anos, e está associada ao acúmulo de gordura e obesidade. O corpo produz insulina, mas o processo é comprometido devido à resistência insulínica. Levimar Rocha esclarece: “Diferente da diabetes tipo 1, onde há ausência de insulina, na tipo 2, há uma resistência à ação desse hormônio.” Para estes casos, Mounjaro é uma opção terapêutica.

Existem ainda outras formas da doença, como a pré-diabetes, que indica uma elevação no açúcar sanguíneo, mas não o suficiente para ser classificado como diabetes tipo 2. E a diabetes gestacional, que se manifesta durante a gravidez.

Este avanço terapêutico representa mais um esforço no combate às doenças crônicas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Com o apoio de instituições como a Anvisa, o Brasil continua seu caminho na vanguarda da inovação médica.

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