Anvisa dá sinal verde para pesquisa inovadora contra o câncer
Tratamento com "células CAR-T" promete revolução no combate a doenças hematológicas
Por Plox
27/09/2023 08h03 - Atualizado há mais de 1 ano
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), em colaboração com o Instituto Butantan, a dar início a pesquisas clínicas no Brasil com um medicamento baseado em células geneticamente alteradas, as "células CAR-T". Esse avanço busca aprimorar o combate ao câncer hematológico.
Biotecnologia contra o câncer
A técnica envolve um processo inovador no qual as próprias células do paciente são reprogramadas para identificar e eliminar células cancerosas. Esse método usa a transferência de genes para as células de defesa do paciente. Ambas as tecnologias, tanto a transferência de genes quanto a produção de células, representam progressos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros com apoio financeiro do governo.
O objetivo do ensaio clínico é verificar a segurança e eficácia desse tratamento em pacientes com leucemia linfoide aguda B e linfoma não Hodgkin B que tiveram a doença retornando ou que apresentam resistência ao tratamento padrão.
Cooperação e avanço da ciência
Essa aprovação é resultado de uma parceria inédita entre a Anvisa e pesquisadores nacionais, visando acelerar o desenvolvimento de terapias avançadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2020, a Anvisa já aprovou diversos produtos de terapia gênica desenvolvidos por empresas farmacêuticas internacionais.
Com regulamentações específicas para produtos de terapia avançada, o Brasil se junta a um seleto grupo de nações com base regulamentar para o desenvolvimento e uso dessas inovações. Atualmente, mais de 40 ensaios clínicos estão em andamento no país após aval da Anvisa. Um exemplo é o ensaio clínico de fase 1, realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, voltado ao tratamento de câncer no sangue.
As terapias avançadas, que marcam um novo capítulo na medicina, já estão disponíveis para muitos pacientes com condições graves ou raras sem outras opções de tratamento. Essas terapias incluem engenharia genética, terapias celulares e engenharia de tecidos.
Diante desse cenário, a colaboração entre os pesquisadores e a Anvisa é crucial para garantir a segurança, eficácia e qualidade dos tratamentos desenvolvidos.