Ministro descarta horário de verão, mas bares e restaurantes querem a volta
Alexandre Silveira vê suficiente a situação atual dos reservatórios e a oferta de fontes renováveis
Por Plox
27/09/2023 23h19 - Atualizado há mais de 1 ano
No último pronunciamento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deixou claro que, por enquanto, o horário de verão em 2023 está descartado. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira (27). Segundo o ministro, a decisão se baseia na situação satisfatória dos reservatórios de água do país e na disponibilidade de fontes renováveis de energia.
Situação energética favorável
Silveira mencionou que os reservatórios estão em seu melhor estado nos últimos 10 anos, o que reduz a necessidade de implementação do horário de verão este ano. "Por enquanto, não tem sinais nenhum nesse sentido. Nós estamos com nossos reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos", ressaltou. Apenas se surgir uma necessidade evidente relacionada à segurança do suprimento energético, a medida será reconsiderada.
O horário de verão, que já foi uma estratégia para economia de energia durante períodos de maior demanda, está suspenso desde 2019, por decreto, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro. O entendimento na época era de que as mudanças no padrão de consumo e os avanços tecnológicos tornaram a medida menos relevante.
Reação do setor de bares e restaurantes
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) não concorda com a suspensão contínua do horário de verão. Segundo a associação, a medida tem um impacto significativo no faturamento do setor, com uma alta estimada de 10% a 15%. Uma carta expressando essa preocupação foi enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e ao ministro do Turismo, Celso Sabino, na última semana.
A decisão final quanto à implementação do horário de verão não cabe ao Ministério de Minas e Energia, mas a opinião do ministro Silveira reitera a posição governamental de que a medida não é necessária sob as circunstâncias energéticas atuais do país.