Crise de combustíveis na Argentina após eleições
Escassez de dólares impacta importações, enquanto a população enfrenta altos preços e filas em postos de combustível.
Por Plox
27/10/2023 20h32 - Atualizado há mais de 1 ano
Dias depois do primeiro turno das eleições argentinas, diversas cidades relataram longas filas e escassez de combustível. A razão principal é a falta de dólares para importação e os temores anteriores ao pleito de uma nova desvalorização da moeda argentina. Apesar de o governo, atualmente buscando permanecer no poder com Sergio Massa como candidato, admitir o problema, ele refuta a ideia de um desabastecimento em larga escala. Entretanto, uma reunião emergencial foi realizada entre o governo e as empresas petrolíferas para discutir soluções.

Aumento de preços
No dia seguinte às eleições, os preços da gasolina e do diesel subiram 3% nas bombas da empresa estatal YPF, mesmo com um acordo de congelamento de preços em vigor com o governo. A previsão é de que outras grandes empresas, como Axion, Shell e Puma Energy, também elevem seus preços em breve, considerando aumentos anteriores realizados desde agosto. O resultado dessa alta tem sido o desabastecimento de combustível em áreas rurais, especialmente no norte do país.
Fila nos postos e preocupações
Muitos motoristas contaram aos jornais locais sobre as dificuldades para encontrar postos com combustível disponível. Em cidades como Salta e Jujuy, imagens mostraram veículos em longas filas à espera de abastecimento. Nas proximidades da capital, em Mar del Plata, filas de carros aguardavam diante de postos fechados devido à escassez. A situação parece ser mais grave nos postos ligados à estatal YPF.
Implicações econômicas
Este desabastecimento é um reflexo da crise econômica enfrentada pela Argentina, marcada por uma inflação interanual de 138%, dólar valorizado no mercado paralelo e um alto índice de pobreza. A escassez de produtos com componentes importados, desde alimentos até remédios e carros, tem sido uma realidade preocupante para os argentinos.
Cenário político
A crise, porém, não parece afetar significativamente a imagem do candidato peronista Sergio Massa. Embora seja o atual ministro da Economia, ele tem conduzido sua campanha afirmando não ser responsável pela crise, apontando para a administração anterior de Alberto Fernández e Cristina Kirchner como causa principal dos problemas.