O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27/10), em Kuala Lumpur, na Malásia, ter realizado um encontro com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir questões comerciais, sanções a autoridades brasileiras e o impacto das decisões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula aborda julgamento e ameaças no Brasil

Durante a entrevista coletiva, Lula revelou que conversou com Trump sobre o julgamento de Bolsonaro e seus aliados no Supremo Tribunal Federal (STF), resultado de uma investigação sobre tentativa de golpe. O presidente brasileiro destacou ter esclarecido que as decisões tomadas contra o Brasil foram baseadas em informações equivocadas e apresentou dados que apontam um superávit acumulado de US$ 410 bilhões dos Estados Unidos com o Brasil nos últimos 15 anos.

No encontro, Lula relatou a Trump que havia informações sobre um plano de assassinato contra ele, seu vice-presidente e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ressaltando a gravidade dos acontecimentos recentes no Brasil. Segundo o presidente, Trump teria demonstrado surpresa ao tomar conhecimento desses fatos.

Posição sobre Bolsonaro e cenário político

Ao abordar o papel de Jair Bolsonaro, Lula afirmou que o ex-presidente já não faz parte do atual contexto político do Brasil.

Ele sabe que rei morto, rei posto. Ele sabe. O Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira. Eu ainda disse para ele, com três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber, sabe, que o Bolsonaro era nada, praticamente. Lula

Comércio e relação bilateral em destaque

Os presidentes também discutiram a imposição de tarifas a produtos brasileiros e as sanções a autoridades. Lula informou que entregou por escrito as demandas do governo brasileiro, com ênfase na suspensão das tarifas que afetam a exportação de produtos nacionais. Durante o diálogo, ambos concordaram em manter as diferenças ideológicas fora das negociações, buscando uma relação mais pragmática e produtiva entre os países.

Trump teria se mostrado disposto a resolver o impasse comercial em curto prazo e orientado sua equipe para que uma solução seja alcançada nas próximas semanas.

Reforço à parceria democrática

A entrevista coletiva também evidenciou o interesse mútuo de retomar a confiança e ampliar os benefícios recíprocos entre Brasil e Estados Unidos, conforme destacado por Lula ao comentar as perspectivas de cooperação entre as duas nações.