Bolsonaro rebate inquérito da PF e nega ter planejado golpe de Estado

Ex-presidente considera indiciamento "absurdo" e critica condução da investigação policial

Por Plox

27/11/2024 10h51 - Atualizado há 7 dias

O ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nesta segunda-feira (25) sobre o inquérito da Polícia Federal (PF) que o indiciou por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em declarações feitas no Aeroporto de Brasília, ele afirmou que jamais cogitou um golpe e classificou as acusações como um "absurdo".

"Golpe de Estado nunca esteve no meu dicionário. Vamos tirar essa ideia da cabeça. Ninguém faz isso com meia dúzia de oficiais e um general da reserva", disse Bolsonaro a jornalistas. Ele ainda destacou que todas as suas ações sempre respeitaram a Constituição: "Todas as medidas foram estudadas dentro das quatro linhas."

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Críticas à investigação

Bolsonaro também criticou a condução do inquérito, alegando que foi feito sem a participação do Ministério Público. "É o mesmo responsável que conduz, altera, finaliza o relatório e decide quem será condenado. Esse inquérito tem o maior grau de sigilo possível e é alterado conforme convém", afirmou.

Ele ainda ironizou a possibilidade de um golpe com as condições apresentadas: "Ninguém dá golpe em um domingo, em Brasília, com pessoas carregando bíblias, bandeiras do Brasil e até estilingues. Isso é um absurdo."

Relatório da PF aponta envolvimento direto

A Polícia Federal divulgou nesta terça-feira (26) o relatório que indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O documento afirma que o ex-presidente teria "conhecimento e anuência" de uma carta elaborada por oficiais superiores do Exército que buscava pressionar o comando militar a aderir ao suposto golpe.

Mensagens trocadas entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outros oficiais foram citadas como evidências. Em uma das conversas, ao ser questionado se Bolsonaro estava ciente do conteúdo da carta, Mauro Cid teria respondido: "Sabe."

Lista dos indiciados

Além de Bolsonaro, foram indiciados nomes como Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto. A PF aponta que o grupo atuava em uma estratégia para incitar os militares a romper com a ordem institucional.

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