Coronel é exonerado após chamar Lula de “ladrão” e questionar investigações da PF
Mensagem em grupo de WhatsApp gerou repercussão no Ministério da Defesa
Por Plox
27/11/2024 11h13 - Atualizado há 11 dias
O coronel da reserva Anderson Freire Barboza foi exonerado do cargo de diretor do Curso de Gestão de Recursos de Defesa da Escola Superior de Guerra (ESG). A decisão do Ministério da Defesa ocorreu após a divulgação de mensagens em que o militar questionou a lisura das eleições de 2022 e criticou investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF). A exoneração será oficializada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (27).
Em uma postagem feita na última quinta-feira (21), em um grupo de WhatsApp com centenas de integrantes, incluindo professores e ex-alunos da ESG, o coronel afirmou que as eleições presidenciais foram "roubadas". Ele chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “ladrão” e criticou a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mencionando-o como responsável por ações que favoreceram Lula na corrida eleitoral.
"Desabafo" confirmado pelo coronel
Freire confirmou a autoria das mensagens, classificando sua publicação como um desabafo. “Foi um desabafo, porque os militares que conheço entre os 37 citados são profissionais extremamente competentes, o que naturalmente gera um sentimento de tristeza”, declarou o oficial.
As declarações vieram à tona no mesmo dia em que a PF indiciou 37 pessoas por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Entre os nomes citados no documento da PF estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os generais Augusto Heleno e Braga Netto, além de outros militares de alta patente, como Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira.
Sigilo retirado das investigações
O documento que detalha os indiciamentos foi enviado ao STF e teve seu sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26). A lista inclui ainda figuras como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.