Megaoperação mira facção TCP com atuação em BH e mais seis Estados
Operação apreende bens avaliados em R$ 345 milhões e cumpre mais de 100 mandados em ações coordenadas pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Por Plox
27/11/2024 08h05 - Atualizado há 9 dias
O Terceiro Comando Puro (TCP), facção de origem evangélica do Rio de Janeiro, foi alvo de uma grande operação realizada nesta quarta-feira (27). O grupo atua na comunidade do Cabana do Pai Tomás, região Oeste de Belo Horizonte, e em outras localidades de Minas Gerais. Coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a ação cumpriu 106 mandados de prisão, busca e apreensão, além de ordens judiciais de sequestro de bens e suspensão de atividades de empresas.
Mandados em sete Estados
Além de Belo Horizonte e Contagem, cidades da região metropolitana, a operação se estendeu a municípios em outros seis Estados: Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu (PR), Praia Grande (SP), Ribeirão Preto (SP), São Bernardo do Campo (SP), Paranaíba (MS), Sinop (MT) e Britânia (GO).
As ordens judiciais incluem o bloqueio de bens avaliados em aproximadamente R$ 345 milhões, abrangendo contas bancárias, investimentos, ações, cotas de capital e outros ativos financeiros pertencentes aos investigados e empresas associadas.
Dois anos de investigação
O MPMG revelou que a investigação, iniciada há dois anos, identificou o funcionamento de uma organização criminosa vinculada ao TCP. O grupo não apenas controla o tráfico de drogas e posse ilegal de armas, mas também atua em lavagem de dinheiro e oferece serviços como internet, assistência jurídica e ações sociais para consolidar seu domínio.
"A investigação revelou uma complexa rede de lavagem de capitais, principalmente do narcotráfico, envolvendo pessoas físicas e jurídicas de diversos Estados", destacou o MPMG em nota.
Estrutura da operação
A megaoperação contou com apoio de várias forças policiais, incluindo delegacias especializadas da Polícia Civil (PCMG), batalhões da Polícia Militar (PMMG), Coordenadoria de Recursos Especiais de Minas e do Rio de Janeiro, e delegacias da Polícia Civil de São Paulo. Além disso, foram mobilizados helicópteros, cães farejadores e mais de 180 agentes de segurança.
Participaram diretamente nove promotores de Justiça, três delegados, 100 policiais civis, 80 policiais militares, dois policiais penais e servidores administrativos, em uma ação coordenada que mobilizou recursos e unidades de diversos Estados, como São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Paraná.
A operação reflete a abrangência e sofisticação das atividades ilícitas realizadas pelo TCP, com tentáculos que vão além do território mineiro e uma estrutura interna diversificada que sustenta suas atividades criminosas.