A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta quinta-feira (27), o recolhimento de diversos lotes de sabão líquido das marcas Ypê e Tixan Ypê após a identificação de contaminação microbiológica.

Segundo análises realizadas pela própria fabricante, a Química Amparo Ltda., os produtos apresentaram presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa, capaz de causar infecções de pele e, em situações mais graves, quadros respiratórios e urinários, principalmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido.
A decisão da Anvisa também determina a suspensão da comercialização, distribuição e uso dos lotes específicos até que o risco sanitário seja eliminado.

Empresa diz que medida é preventiva e de baixo risco ao consumidor

Procurada, a Ypê informou, em nota, que a determinação da agência está relacionada aos testes internos feitos pela própria companhia.

A Química Amparo informa que a publicação da Anvisa está diretamente relacionada às análises realizadas pela própria empresa. Trata-se de uma medida preventiva e cautelar, aplicada a 14 lotes específicos de lava-roupas. A cia reforça que, segundo a autoridade sanitária e considerando as características normais de uso do produto (diluição em água e ausência de contato prolongado com a pele) o risco ao consumidor é considerado baixo.

Química Amparo

A empresa afirma ainda que já havia identificado a necessidade de recolher os produtos e comunicado o mercado previamente, com informações divulgadas em todos os canais oficiais da marca.

Orientação é para não usar os produtos afetados

A Anvisa reforça que os sabões líquidos atingidos pela medida devem ser imediatamente retirados das prateleiras e não devem ser utilizados em residências, lavanderias ou estabelecimentos comerciais.

A Pseudomonas aeruginosa é um microrganismo oportunista, muito comum em ambientes úmidos, e apresenta resistência a diversos tipos de desinfetantes.

Em pessoas saudáveis, a bactéria costuma provocar desde irritações leves até infecções de pele. Já em indivíduos com imunidade comprometida — como idosos, pessoas com câncer, pacientes transplantados ou em internação hospitalar — pode desencadear quadros mais graves.

Anvisa também manda recolher produto para cabelos

Além dos itens de limpeza, a agência determinou o recolhimento de todos os lotes do Smart Hair Micro – Smart GR, fabricado pela empresa Klug Indústria Química e de Cosméticos Ltda.

O produto havia sido registrado como cosmético, mas avaliações apontaram que ele induzia o consumidor a um uso invasivo, isto é, ultrapassando a camada superficial da pele e dos cabelos.

A Anvisa explicou que produtos com esse tipo de ação não se enquadram na categoria de cosméticos, que só podem ter atuação externa e não podem atingir tecidos mais profundos. Por isso, o item era considerado irregular no mercado.

Com isso, a agência proibiu não apenas o uso, mas também a fabricação, comercialização, distribuição e propaganda do Smart Hair Micro.

O que fazer se você tiver os produtos

A recomendação é entrar em contato com o serviço de atendimento ao consumidor (SAC) das empresas para receber orientações sobre troca ou devolução.

Em caso de irritações na pele ou outros sintomas após o uso de qualquer um dos produtos mencionados, a orientação é procurar atendimento médico.