Bryan Johnson, o milionário da tecnologia que usa o próprio corpo como laboratório contra o envelhecimento

Bryan Johnson, de 48 anos, é um empresário do setor de tecnologia que ganhou projeção internacional ao transformar o próprio corpo em um laboratório permanente na tentativa de estender a juventude. Para isso, ele adota práticas consideradas extremas e, muitas vezes, contestadas por especialistas, como o uso de anel peniano durante a noite e terapias com ondas de choque.

Segundo Johnson, o dispositivo monitora ereções noturnas como um indicador de saúde.

O empresário também relatou ter se submetido a sessões de terapia com ondas de choque, recebendo cerca de 4.500 estímulos por aplicação, três vezes por semana, como parte de seu protocolo antienvelhecimento.

Da Braintree ao status de ícone da longevidade radical

Bryan Johnson construiu sua fortuna ao fundar a plataforma de pagamentos Braintree, em 2007. Seis anos depois, vendeu a empresa ao PayPal por US$ 800 milhões, consolidando-se como um dos nomes de destaque do Vale do Silício. Atualmente, seu patrimônio é estimado em US$ 400 milhões.

Em 2016, ele criou a Kernel, companhia voltada ao desenvolvimento de tecnologias que conectam cérebro e máquina. A empresa comercializa um capacete capaz de captar sinais cerebrais, com a proposta de auxiliar em diagnósticos e tratamentos neurológicos.

Johnson já afirmou ter enfrentado episódios de depressão e compulsão alimentar após o sucesso no setor de tecnologia, relatando melhora na qualidade de vida depois de deixar a gestão direta da Braintree.

O que é o protocolo Blueprint

O chamado protocolo Blueprint é o método criado por Johnson para tentar reverter o envelhecimento biológico. A rotina envolve monitoramento constante, controle rigoroso da dieta, exercícios físicos intensos e uma série de intervenções tecnológicas.

Entre as práticas adotadas estão:

• Acordar às 4h30 e dormir às 20h30;
• Exercícios físicos diários por uma hora;
• Sessões regulares de sauna;
• Uso de luz infravermelha no rosto;
• Aplicação de ondas de choque no corpo;
• Dieta vegana com limite calórico rígido;
• Suspensão do consumo de álcool, doces e gordura;
• Ingestão diária de dezenas de suplementos e medicamentos;
• Última refeição realizada ainda pela manhã.

Johnson declara que seu objetivo é fazer com que diferentes órgãos do corpo atinjam parâmetros biológicos semelhantes aos de um jovem de 18 anos. Ele diz que exames já apontaram redução de mais de cinco anos em sua idade biológica, embora análises independentes indiquem avanço significativo do envelhecimento no mesmo período.

Riscos, críticas médicas e reações adversas

Especialistas chamam atenção para os riscos do uso excessivo de suplementos e das dietas extremamente restritivas adotadas pelo empresário. Relatórios mencionam reações adversas em mais de 60% das pessoas que testaram produtos associados à marca Blueprint, incluindo casos de pré-diabetes.

O próprio Johnson reconheceu que algumas substâncias usadas em seus experimentos acabaram acelerando sinais de envelhecimento. Apesar disso, ele continua promovendo o protocolo nas redes sociais, onde reúne milhões de seguidores e alimenta a imagem de ícone da longevidade extrema.

O plano virou tema do documentário “Don’t Die”, que acompanha sua rotina e o movimento em torno da ideia de prolongar a vida a qualquer custo.

Vida pessoal e disputas na Justiça

Bryan Johnson foi casado com a cineasta Taryn Southern, de quem se separou em 2019. Ela entrou com uma ação judicial alegando descumprimento de acordo financeiro e manipulação emocional, acusações que ele nega. A Justiça decidiu a favor do empresário.

Depois disso, Johnson processou a ex-mulher por quebra de confidencialidade, em um caso que resultou em indenização financeira. Hoje, ele segue investindo milhões de dólares por ano em sua busca por longevidade extrema, alimentando debates sobre os limites entre ciência, obsessão e marketing pessoal.