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Emprego
Holerite: como identificar descontos indevidos e por que é essencial guardá-lo
Reportagem explica diferença entre salário bruto e líquido, principais descontos, siglas do contracheque e orienta o que fazer em caso de erros no holerite
27/11/2025 às 06:48por Redação Plox
27/11/2025 às 06:48
— por Redação Plox
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Todo mês ele chega, em papel ou na versão digital, e muita gente mal lança os olhos sobre ele. O holerite, ou contracheque, é o retrato fiel do salário: mostra quanto o trabalhador realmente ganha e para onde vai cada centavo.
Mesmo assim, o documento ainda é um enigma para boa parte das pessoas, recheado de siglas e números difíceis. É comum que o olhar vá direto para o valor líquido, o que efetivamente “cai na conta”, sem que se entenda como esse total foi formado.
Falhas no contracheque são bastante comuns
Foto: Agêcia Brasil
Aprender a ler o holerite é fundamental para ter controle sobre o próprio dinheiro e verificar se os direitos trabalhistas estão sendo cumpridos.
O ideal é sempre conferir cada desconto e adicional para entender a composição do valor final e evitar surpresas no pagamento
Fabiana Cherubim, professora de contabilidade e finanças da Faculdade ESEG
Erros no holerite acontecem com frequência. Descontos de INSS fora do padrão, horas extras que não aparecem e siglas confusas estão entre os problemas mais comuns. Por isso, especialistas recomendam acompanhar de perto cada contracheque.
Guardar os holerites, inclusive os de empregos antigos, também é um hábito importante. Eles servem como prova em ações trabalhistas, pedidos de aposentadoria, financiamentos e na declaração do Imposto de Renda.
Para ajudar, o g1 reuniu as principais dúvidas sobre o holerite e ouviu especialistas, que explicam de forma simples e prática como ler cada campo, identificar inconsistências e checar se o salário está sendo pago corretamente.
As perguntas respondidas são:
O que é o holerite e por que ele é tão importante?
Qual é a diferença entre salário bruto e salário líquido?
Quais são os descontos obrigatórios?
Como conferir se os descontos de INSS e IRRF estão corretos?
Que outros descontos podem aparecer no holerite?
O que são proventos e como saber se estão corretos?
Como entender as siglas e termos que aparecem no holerite?
O que deve constar obrigatoriamente no holerite?
O que fazer se algo parecer errado no holerite?
Qual é a melhor forma de guardar e organizar os holerites?
O que é holerite e por que ele é decisivo na vida financeira
O holerite é o documento que detalha todos os valores pagos e descontados do salário de um trabalhador com carteira assinada. Nele constam o que foi recebido de salário, adicionais e benefícios, além das deduções obrigatórias, como INSS e Imposto de Renda.
Na prática, funciona como um comprovante oficial de que a empresa está pagando corretamente os valores devidos ao empregado.
Além de ser exigido por lei, o holerite é indispensável em diversas situações: comprovação de renda, pedidos de empréstimo e financiamento, processos de aposentadoria e eventuais ações trabalhistas.
Diferença entre salário bruto e salário líquido
O salário bruto é o valor total combinado entre trabalhador e empresa, antes de qualquer desconto. Ele aparece no contrato de trabalho e é a base para o cálculo de férias, 13º salário e FGTS.
O salário líquido é o valor que realmente entra na conta, depois dos descontos de INSS, IRRF e outros abatimentos previstos em lei ou autorizados pelo empregado.
Muitos trabalhadores se confundem por olhar apenas o valor depositado. Mas é o salário bruto que determina quanto será recolhido para o INSS e qual será a base para o FGTS.
Quais são os descontos obrigatórios no holerite
Os descontos no holerite se dividem em duas categorias: os obrigatórios por lei e os facultativos, que dependem de autorização do trabalhador ou de acordo coletivo.
Descontos obrigatórios:
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): contribuição previdenciária que financia aposentadoria e outros benefícios.
IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte): tributo federal calculado de acordo com a renda do trabalhador.
Pensão alimentícia: quando houver determinação judicial.
Faltas injustificadas: geram desconto proporcional aos dias não trabalhados.
Descontos facultativos (com autorização prévia):
Vale-transporte: até 6% do salário-base.
Vale-refeição ou alimentação: geralmente até 20% do valor do benefício, conforme convenção ou acordo coletivo.
Plano de saúde e odontológico: de acordo com o contrato e eventuais coparticipações.
Contribuição sindical ou assistencial: somente com autorização ou previsão em assembleia.
Empréstimos consignados: exigem autorização expressa.
Qualquer desconto sem previsão legal ou sem autorização do trabalhador é considerado irregular. Nesses casos, o empregado deve questionar o setor de recursos humanos e pedir o detalhamento de cada rubrica.
Como conferir INSS e IRRF no contracheque
Os descontos de INSS e IRRF seguem tabelas oficiais atualizadas pela Receita Federal e pelo INSS. O valor varia conforme a faixa salarial e as deduções permitidas.
Para conferir, é preciso consultar as tabelas vigentes e comparar o percentual indicado no holerite com a faixa de renda em que o trabalhador se enquadra.
O cálculo segue uma ordem: primeiro é apurado o INSS, de forma progressiva; depois vem o IRRF, calculado com base no salário bruto menos o INSS e as deduções legais, como dependentes.
O valor do salário bruto pode oscilar de um mês para outro por causa de horas extras, comissões, bônus ou férias, o que altera a base de cálculo. Por isso, é esperado que INSS e IRRF aumentem em meses com rendimentos adicionais.
Outros descontos que podem aparecer no holerite
Além dos abatimentos obrigatórios, o contracheque pode trazer outros descontos previstos em lei ou em acordos entre empresa e empregado. Entre os mais comuns estão:
Vale-transporte: até 6% do salário-base.
Vale-refeição ou alimentação: valor simbólico, definido em acordo coletivo.
Plano de saúde e odontológico: mensalidade do titular e dos dependentes.
Adiantamento salarial: desconto do valor pago antes do fechamento da folha.
Empréstimos consignados: parcelas autorizadas pelo trabalhador.
Danos à empresa: só podem ser descontados se houver dolo comprovado ou previsão contratual.
Contribuições sindicais ou assistenciais: apenas com autorização expressa.
Pensão alimentícia: quando determinada judicialmente.
Especialistas ressaltam que é essencial conferir se todos os descontos estão claramente discriminados e se há algum item que o trabalhador não reconhece. Em caso de dúvida, o ideal é procurar o departamento pessoal.
O que são proventos e como checar se estão corretos
Proventos são os valores adicionados ao salário, como horas extras, adicional noturno, insalubridade, periculosidade, comissões e gratificações.
No holerite, eles aparecem como “acréscimos” e variam de acordo com a jornada e as condições de trabalho. Para conferir se estão corretos, o mais indicado é comparar o espelho de ponto com o que foi registrado na folha de pagamento.
Alguns exemplos de adicionais:
Horas extras: 50% a mais nos dias úteis e 100% nos domingos e feriados.
Adicional noturno: pelo menos 20% sobre a hora normal, para o período entre 22h e 5h.
Insalubridade: de 10% a 40% sobre o salário mínimo, conforme o grau de exposição.
Periculosidade: 30% sobre o salário-base.
Também é recomendável calcular o valor da hora normal (em geral, salário dividido por 220 horas mensais) para verificar se as horas extras e demais adicionais foram pagos corretamente, levando em conta a convenção coletiva da categoria.
Como decifrar siglas e termos do holerite
As abreviações que aparecem no holerite costumam confundir até quem já está há anos no mercado de trabalho. Ter noção do básico ajuda a identificar erros mais rapidamente.
SB: Salário bruto
SL: Salário líquido
INSS: Contribuição previdenciária
IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
VT: Vale-transporte
VR: Vale-refeição
HE: Hora extra
DSR: Descanso semanal remunerado
Adc. Not.: Adicional noturno
Uma estratégia prática é montar um “mini dicionário do holerite” e comparar o documento atual com o do mês anterior. Com o tempo, o trabalhador passa a reconhecer os códigos e percebe com mais facilidade quando algo sai do padrão.
O que não pode faltar em um holerite
Empresas que contratam pela CLT são obrigadas a emitir o holerite todos os meses, até o quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado.
O documento deve trazer, no mínimo:
Nome do empregado e da empresa
Mês de referência
Salário-base
Proventos (horas extras, adicionais, comissões etc.)
Descontos (INSS, IRRF, benefícios e outros)
Bases de cálculo dos tributos
Valor líquido a receber
Informações sobre o FGTS recolhido
O holerite pode ser entregue em formato físico ou digital, desde que o trabalhador tenha acesso e possa armazená-lo.
O que fazer se encontrar erro no holerite
Erros no holerite são relativamente comuns, sobretudo em empresas grandes que utilizam sistemas automatizados de folha de pagamento.
Entre os problemas mais recorrentes estão: descontos de INSS ou IRRF calculados de forma incorreta, horas extras não pagas, ausência de adicionais devidos, base de cálculo equivocada e descontos não autorizados.
Ao identificar algo estranho, o trabalhador deve registrar o ocorrido e procurar o setor de recursos humanos por escrito, solicitando a correção. Se o erro não for ajustado, o próximo passo é buscar o sindicato da categoria ou os órgãos competentes.
Há um prazo de cinco anos para questionar judicialmente erros em pagamentos. Por isso, manter todos os documentos organizados é uma forma de proteção.
Como guardar e organizar holerites
Especialistas recomendam guardar todos os holerites, inclusive de vínculos antigos, por pelo menos cinco anos. Para fins de aposentadoria, o ideal é mantê-los por tempo indeterminado, pois podem ser usados como prova caso faltem informações no sistema do INSS.
Uma boa prática é manter cópias físicas e digitais, organizadas por mês e ano.
Dicas de organização:
Escanear ou fotografar cada holerite.
Guardar os arquivos em serviços de nuvem e também em uma pasta física.
Manter os comprovantes por, no mínimo, cinco anos após o fim do contrato de trabalho.
O holerite é considerado uma das provas de renda mais completas, pois mostra quanto o trabalhador recebeu, quanto contribuiu e quais direitos foram efetivamente pagos. Guardá-lo é uma forma de se resguardar para o futuro.
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