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Vírus mortal atinge população reintroduzida de ararinhas-azuis na Bahia, aponta ICMBio
Detecção de circovírus em 11 ararinhas-azuis recapturadas na Bahia suspende reintrodução na Caatinga e ameaça espécie que já foi considerada extinta na natureza, além de colocar em risco outros psitacídeos da fauna local
27/11/2025 às 17:13por Redação Plox
27/11/2025 às 17:13
— por Redação Plox
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As 11 ararinhas-azuis que viviam em liberdade em Curaçá, no norte da Bahia, e foram recapturadas no início de novembro, testaram positivo para circovírus, agente causador da Doença do Bico e das Penas dos Psitacídeos (PBFD). Os exames foram divulgados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) registrada em foto de Camile Ugarini
Foto: Reprodução
O resultado acende um alerta para a conservação da espécie, que já foi considerada extinta na natureza e vem sendo reintroduzida na Caatinga.
Vírus é potencialmente letal e já atinge aves reintroduzidas
De acordo com o ICMBio, o circovírus é um patógeno potencialmente grave e letal. Ainda não se sabe como as espécies brasileiras irão reagir à doença, já que, até esta ocorrência, não havia registro de PBFD em animais de vida livre no Brasil.
O vírus não tem cura e mata a ave na maior parte dos casos. Os sintomas incluem alteração na coloração das penas, falhas no empenamento e deformidades no bico. O circovírus, no entanto, não infecta humanos nem aves de produção.
Ararinhas-azuis voltaram à natureza após terem sido consideradas extintas
Em 2022, um grupo de ararinhas-azuis do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul foi solto em Curaçá, área de ocorrência natural da espécie. Na região, havia 11 aves em vida livre.
Com a confirmação do circovírus, a soltura de um novo grupo, prevista para julho deste ano, foi suspensa. O projeto só deve ser retomado quando a situação sanitária estiver controlada, em um contexto em que a ameaça de extinção volta a rondar a espécie na natureza.
Investigação sobre origem do vírus e reforço da biossegurança
O ICMBio informou que estão em curso investigações para identificar a origem do vírus nas ararinhas. O próximo passo é promover a separação segura entre animais positivos e negativos, de modo a consolidar medidas de biossegurança na rotina de manejo das aves.
Após a detecção inicial de circovírus em uma ararinha-azul, em maio deste ano, o instituto instaurou o Sistema de Comando de Incidente para gerenciar a emergência sanitária. O objetivo é impedir a disseminação do vírus para outras aves e demais psitacídeos da região.
Falhas em protocolos levam a multas milionárias
Segundo o ICMBio, vistorias técnicas realizadas em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a Polícia Federal constataram que protocolos de biossegurança não estavam sendo seguidos pelo criadouro para fins científicos do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul.
O Criadouro Ararinha-azul, empresa responsável pela unidade em Curaçá, foi multado em cerca de R$ 1,8 milhão. O g1 tenta contato com a empresa.
Entre as medidas exigidas estavam limpeza e desinfecção diárias das instalações e dos utensílios, incluindo os comedouros usados por aves de vida livre, que, de acordo com as vistorias, estavam extremamente sujos, com acúmulo de fezes ressecadas.
Também foi determinada a obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção individual pelos funcionários, que foram flagrados usando chinelos, bermuda e camiseta durante o manejo dos animais.
O criadouro também foi alvo de operação do Inema, que resultou em autuação de cerca de R$ 300 mil. A unidade é parceira da organização alemã Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP, na sigla em inglês), que detém 75% das ararinhas registradas no mundo.
Risco para a espécie e para outros psitacídeos
Se as medidas de biossegurança tivessem sido atendidas com o rigor necessário e implementadas da forma correta, talvez a gente não tivesse saído de apenas um animal positivo para 11 indivíduos positivos para circovírus
Cláudia Sacramento, coordenadora da Coordenação de Emergências Climáticas e Epizootias do ICMBio
Ela também afirmou que o que se espera é que o ambiente não tenha sido comprometido, ameaçando a saúde de outras espécies de psitacídeos da fauna local.
A Doença do Bico e das Penas é classificada como uma doença viral grave e fatal. Veterinários estimam expectativa de vida entre seis e doze meses para aves doentes.
Os primeiros sintomas costumam surgir entre duas e quatro semanas após o contágio e podem se manifestar de formas distintas, a depender da idade das aves.
Espécie típica da Bahia e que já esteve extinta na natureza, a ararinha-azul só voltou à Caatinga após cerca de 20 anos, em um processo de reintrodução agora ameaçado pela circulação do circovírus.
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