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Polícia
Médico é indiciado por morte de bebê de 35 dias durante consulta de rotina
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente aponta falhas de conduta em consulta de rotina; Ministério Público denuncia médico por homicídio culposo, enquanto família fala em dolo eventual e defesa nega irregularidades
27/11/2025 às 06:02por Redação Plox
27/11/2025 às 06:02
— por Redação Plox
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Uma investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) concluiu que o pediatra envolvido na morte de um bebê de 35 dias, durante uma consulta de rotina em Vila Velha, agiu de forma imprudente e negligente. Com base no inquérito, a Polícia Civil indiciou o médico por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
A criança vomitou e acabou broncoaspirando o próprio leite, o que pode ter causado a piora repentina do quadro
Foto: Redes Sociais
O caso ocorreu em julho deste ano, em uma clínica particular no Centro de Vila Velha. Segundo o delegado adjunto Glalber Queiroz, os pais viajaram de Aracruz até o município porque o bebê apresentava suspeita de refluxo, e o pediatra era conhecido por atender casos desse tipo.
Dinâmica da consulta e da manobra
De acordo com as investigações, o bebê chorou intensamente ao início da consulta e foi amamentado por cerca de 20 minutos, conforme orientação do médico. Em seguida, ao retornar ao consultório, o pediatra levou a criança até a pia para limpá-la após uma evacuação.
Nesse momento, conforme o inquérito, o bebê foi colocado de bruços, com a cabeça inclinada para baixo, posição considerada inadequada sobretudo para quem havia acabado de mamar. A criança vomitou e broncoaspirou o próprio leite, o que teria provocado a piora súbita do quadro.
Testemunhas ouvidas pela polícia relataram que o bebê chorava muito antes da manobra, mas voltou à maca já cianótico, sem choro e com sinais de grave comprometimento da respiração.
Atendimento de emergência e atuação do Samu
O pediatra iniciou manobras de reanimação e acionou o Samu. Porém, segundo a Polícia Civil, o médico interrompeu o atendimento quando a equipe de emergência chegou, deixou o consultório sem repassar informações detalhadas aos socorristas e voltou a atender outros pacientes.
Conforme relato do Samu, o profissional não acompanhou o procedimento de emergência. O bebê recebeu atendimento das equipes básica e avançada por cerca de 1h30, mas não resistiu.
Imagens de segurança e perícia
As câmeras da clínica foram apreendidas, mas o equipamento de gravação (DVR) era antigo e não registrou imagens anteriores ao momento em que o bebê já aparecia sem vida, enrolado em uma manta.
A perícia conseguiu recuperar apenas dois trechos: um em que a criança já estava sem vida e outro em que um técnico manipulava o sistema. Não foi possível confirmar se houve qualquer tipo de apagamento proposital das imagens.
Conclusão da Polícia Civil e indiciamento
A Polícia Civil concluiu que o médico agiu com imprudência, ao manipular a criança em uma posição inadequada, e com negligência, ao não acompanhar o atendimento do Samu nem fornecer informações consideradas essenciais aos socorristas.
Com o relatório concluído, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ofereceu denúncia por homicídio culposo. O pediatra permaneceu em liberdade durante toda a apuração e nega qualquer irregularidade, alegando ter seguido procedimentos habituais. Ele sustenta que a morte foi um acidente.
Posicionamento da família do bebê
A defesa dos pais discorda da classificação do caso como homicídio culposo e alega que houve dolo eventual. Segundo os representantes da família, o médico teria assumido o risco ao realizar manobras consideradas inadequadas e ao deixar os familiares desacompanhados após a piora do quadro da criança. A família deve atuar como assistente de acusação no processo.
O que diz a defesa do pediatra
Em nota, os advogados David Metzker, Mário de Oliveira Filho e Rodrigo Faucz afirmam que o atendimento seguiu padrões médicos e que o profissional confia no esclarecimento completo dos fatos pela Justiça. O pediatra nega ter colocado o bebê “de cabeça para baixo” e sustenta que provas documentais e testemunhais confirmam a correção dos procedimentos adotados.
A defesa também ressalta que o médico permaneceu ao lado da criança até a chegada do Samu e que a própria equipe teria solicitado seu afastamento para conduzir os protocolos de emergência. Com mais de 40 anos de atuação, o profissional declarou estar emocionalmente abalado e lamentou profundamente a morte do bebê.
Relembre o laudo e o relato dos pais
O pai contou à polícia que viu o bebê ficar roxo e com dificuldade para respirar. A declaração de óbito indicou edema agudo de pulmão por broncoaspiração de conteúdo gástrico. O médico informou à Polícia Militar que o bebê chegou à consulta com sintomas de refluxo e perdeu a frequência cardíaca durante o procedimento de limpeza.
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