Brasileiro deportado dos EUA é condenado por fraude de R$ 29 milhões

Sinval de Oliveira, de 51 anos, que viveu por 35 anos nos Estados Unidos, foi condenado pela Justiça da Califórnia a cinco anos de prisão federal por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou pelo menos 5 milhões de dólares, o equivalente a R$ 29,35 milhões. O caso foi revelado pelo United States Attorney’s Office, órgão similar ao Ministério Público brasileiro, que informou que o próprio acusado se declarou culpado em 4 de março de 2022.

As investigações conduzidas pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e pelo FBI concluíram que Sinval participou de uma série de fraudes que atingiam empresas de diferentes portes. O método utilizado pelos criminosos envolvia enganar funcionários para que entregassem dinheiro em caixa a falsos transportadores.

Entre os casos investigados, consta um ocorrido em 2 de dezembro de 2020, quando Sinval viajou até Milwaukee, onde recolheu 243 mil dólares, cerca de R$ 1,4 milhão, em recursos obtidos por meio de fraudes realizadas pelos comparsas Moises e Mario Amezcua-Cardenas. O dinheiro foi então depositado em caixas eletrônicos, evitando a necessidade de identificação em agências bancárias. Posteriormente, os valores eram transferidos para contas bancárias “de funil”, criadas exclusivamente para operações ilícitas, e encaminhados para o exterior.

A polícia norte-americana apontou que Sinval recebia comissões pelos valores lavados. O juiz William M. Conley, ao analisar o caso, afirmou que o brasileiro fazia parte de um esquema nacional de lavagem de dinheiro, envolvendo montantes que ultrapassaram 5 milhões de dólares. O magistrado também considerou o histórico criminal de Sinval, que estava em liberdade condicional por outro crime na Califórnia quando os delitos investigados ocorreram, o que agravou sua sentença. Após cumprir pena, ele foi deportado ao Brasil.

A deportação aconteceu na última sexta-feira (24), quando Sinval chegou a Manaus, no Amazonas, junto a outros imigrantes ilegais. Durante uma entrevista ao portal Metrópoles, ele comentou sobre sua estadia nos Estados Unidos e a situação que enfrentou. "Morava nos Estados Unidos há 35 anos e chegamos aqui com esse incidente. Rapidamente, recebemos toda a assistência e tenho só a agradecer a todos da equipe do Corpo de Bombeiros e de Direitos Humanos", afirmou.