Governo federal bate recorde de arrecadação e alcança R$ 2,7 trilhões em 2024

A arrecadação do governo federal atingiu um marco histórico ao somar R$ 2,7 trilhões em 2024, conforme divulgado pela Receita Federal nesta terça-feira (28/01). O resultado, considerado o maior da série histórica, registra um crescimento real de 9,6% em relação ao ano anterior, quando o total arrecadado foi de R$ 2,47 trilhões.

Aquecimento econômico e impacto das novas tributações
Segundo a Receita, o crescimento expressivo é reflexo de fatores como a reativação de setores econômicos e mudanças nas regras de tributação, especialmente em investimentos realizados no exterior. Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal, destacou que o aumento foi fortemente influenciado pelo “aquecimento de setores inteiros da economia” e pela redução recorde no índice de desemprego no país.

Barreirinhas apontou ainda que a expansão da massa salarial foi determinante para o aumento da arrecadação. "A massa salarial tem um papel importantíssimo na arrecadação de 2024", afirmou durante coletiva de imprensa, classificando o desempenho como “espetacular”.

Novas medidas fiscais e inclusão de super-ricos
Entre os fatores que contribuíram para o resultado, estão mudanças no Imposto de Renda aplicadas aos investimentos offshore, que adicionaram R$ 7,67 bilhões à arrecadação, e a tributação de fundos exclusivos para investidores de alta renda, que somaram R$ 13 bilhões.

“Estamos trazendo para a tributação aqueles com patrimônio na casa de dezenas, centenas de milhões de reais em fundos fechados e de outros países, para recolher imposto de renda como eu, você, a classe média sempre recolheram”, explicou Barreirinhas.

Ele classificou a medida como “justiça fiscal na veia”, enfatizando que as novas regras visam equiparar as obrigações tributárias dos super-ricos às da classe média.

O maior valor em três décadas
Sem considerar os efeitos da inflação, o resultado de 2024 representa o maior valor já arrecadado em três décadas. Essa performance histórica reforça a estratégia do governo de ampliar a base de contribuintes e buscar equilíbrio fiscal ao integrar grupos anteriormente fora do alcance da tributação.

Os números confirmam uma tendência de crescimento sustentado, refletindo o impacto direto das políticas econômicas e fiscais aplicadas ao longo do ano.