Repressão a jornalistas na Rússia intensifica-se com novas detenções
Detenção de jornalistas por homenagear opositor
Por Plox
28/03/2024 11h26 - Atualizado há cerca de 1 mês
Na Rússia, uma recente onda de detenções atingiu cinco jornalistas de veículos independentes, elevando a preocupação com a liberdade de imprensa no país. Entre os casos mais emblemáticos está o de Antonina Favorskaya, da SOTAvision, que ficou detida por dez dias após prestar homenagem ao opositor Alexei Navalny, falecido, colocando flores em seu túmulo. O ato de Favorskaya, apesar de simples, reflete a tensão e a repressão enfrentadas por jornalistas na Rússia.
Atos de violência e acusações infundadas
A detenção de Favorskaya não foi um caso isolado. Suas colegas, Alexandra Astakhova e Anastasia Musatova, que foram até o centro de detenção para encontrá-la no momento de sua liberação, também acabaram presas. A situação se agravou com a detenção de mais dois jornalistas, Ekaterina Anikievitch, também da SOTAvision, e Konstantin Zharov, da RusNews, enquanto filmavam nas proximidades da residência de Favorskaya. Zharov relata um tratamento violento por parte das autoridades, incluindo agressões físicas e acusações infundadas de envolvimento com drogas e posse de explosivos.
Um ambiente cada vez mais hostil para a imprensa
Esses incidentes ilustram o ambiente cada vez mais hostil enfrentado pela imprensa independente na Rússia, especialmente após o início do conflito com a Ucrânia. O governo russo intensificou suas ações contra a mídia não estatal, proibindo, bloqueando ou tentando censurar a grande maioria dos veículos de comunicação independentes. Diante dessa repressão, vários jornalistas optaram por deixar o país, enquanto aqueles que decidem permanecer enfrentam riscos significativos, incluindo detenções e julgamentos, como é o caso dos jornalistas americanos Evan Gershkovich e Alsu Kurmasheva, que atualmente aguardam julgamento.