Com sentença anulada, Daniel Alves pode pedir indenização por prisão

A defesa do ex-jogador Daniel Alves avalia a possibilidade de pedir uma indenização após a Justiça da Catalunha anular, nesta sexta-feira (28), a condenação que pesava contra ele por agressão sexual. A decisão do Tribunal Superior da Catalunha foi unânime ao considerar que o depoimento da mulher que o acusava não apresentou provas suficientes para manter a pena. Assim, prevaleceu o princípio da presunção de inocência.

A advogada do ex-atleta, Inés Guardiola, concedeu entrevista à rádio catalã Rac1 logo após a divulgação da sentença. Em tom de alívio e celebração, ela afirmou:

“Estamos muito felizes. Ele é inocente, como foi demonstrado. A Justiça falou. Ainda não pude ler profundamente a sentença, mas Dani Alves ficou muito emocionado. Enfim, fez-se a justiça”.

Mesmo com a anulação da sentença, a decisão ainda não é definitiva, já que cabe recurso ao Tribunal Supremo da Espanha, a última instância da Justiça no país.

Foto: Lluis Gene/AFP

Guardiola também comentou sobre uma possível indenização a ser solicitada em razão do tempo em que Daniel Alves permaneceu preso.

“Ainda não tomamos nenhuma decisão sobre isso”, afirmou.

O ex-jogador passou 13 meses detido em Barcelona e, em março de 2024, obteve liberdade condicional mediante pagamento de fiança no valor de 1 milhão de euros (equivalente a R$ 5,6 milhões na época).

Daniel Alves havia sido condenado, em primeira instância, a quatro anos e meio de prisão pelo suposto estupro de uma jovem em uma casa noturna em Barcelona, na noite de 30 de dezembro de 2022. A pena também incluía mais cinco anos de liberdade vigiada, o pagamento de uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 798 mil, na cotação da época) e as custas processuais.

O Ministério Público da Espanha havia solicitado nove anos de prisão, enquanto a defesa da vítima pedia a pena máxima de 12 anos. A condenação foi contestada tanto pela defesa de Daniel Alves quanto pela promotoria, e o recurso resultou na anulação da sentença.

Com a absolvição, Daniel Alves é agora considerado inocente por falta de provas, encerrando, ao menos temporariamente, um dos casos de maior repercussão envolvendo um nome conhecido do futebol mundial.