'Em 2027 vou subir a rampa', diz Bolsonaro mesmo inelegível

Ex-presidente afirma que retomará direitos políticos e critica investigações que o tornaram réu no STF

Por Plox

28/03/2025 17h49 - Atualizado há 3 dias

Durante uma publicação feita nas redes sociais nesta quinta-feira (27/3), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pretende voltar à Presidência da República em 2027, mesmo estando inelegível até 2030. A declaração acontece em meio a investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente o tornaram réu.


Imagem Foto: STF


Na mensagem, Bolsonaro afirmou: \"Nós vamos vencer! E em 2027 eu vou subir a rampa do Palácio do Planalto com apoio do povo brasileiro para continuar minha missão de derrotar o crime que assola os brasileiros e de trazer a lei e ordem de volta ao Brasil!\". O ex-presidente ainda criticou o que chamou de perseguição política e defendeu que irá restaurar a Justiça e as liberdades do povo.


A publicação veio logo após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitar o arquivamento da investigação sobre a suposta falsificação de cartões de vacina contra a covid-19. O caso levou à prisão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Gonet afirmou que não há provas que responsabilizem diretamente o ex-presidente.



Nos últimos doze meses, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas. Após o pedido de arquivamento, o ex-presidente voltou a alegar que a investigação não tinha fundamentos e que se tratava de uma ação com motivação política para atacá-lo.


Ele criticou as medidas adotadas no curso das investigações, mencionando a quebra de sigilos, buscas em residências, e até o acesso a dados da filha menor de idade. Bolsonaro também repudiou a delação feita por Mauro Cid no caso da tentativa de impedir a posse do presidente Lula, alegando que o depoimento foi obtido sob coação.



Além disso, Bolsonaro voltou a falar sobre o inquérito das joias, classificando-o como uma tentativa de prejudicar sua imagem pública por meio de uma \"narrativa distorcida\". \"Reviraram minha vida desde 2018. Como não encontraram um único ato de corrupção, inventaram versões falsas e criaram inquéritos sem base\", disse ele.


A inelegibilidade de Bolsonaro foi decidida por 5 votos a 2 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em julgamento realizado em junho de 2023. A ação foi movida pelo PDT, que contestou uma reunião com embaixadores feita em julho de 2022, quando Bolsonaro ainda era pré-candidato à reeleição.



No encontro, transmitido pela TV Brasil e amplamente divulgado nas redes sociais, o então presidente fez ataques infundados ao sistema eleitoral brasileiro e à Justiça Eleitoral. O TSE considerou o ato como abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o que, segundo a corte, impactou negativamente a igualdade nas eleições de 2022.


A fala recente de Bolsonaro reacende o debate sobre sua situação política e o futuro da oposição ao governo atual.


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