Ricardo Nunes critica julgamento de Bolsonaro e condenação de mulher que pichou estátua
Prefeito de São Paulo diz que sem juiz isento, não há justiça nem democracia, e se diz incomodado com pena de 14 anos a mulher do 8 de janeiro
Por Plox
28/03/2025 07h37 - Atualizado há 3 meses
Durante participação no Encontro da Rede Brasileira de Institutos de Planejamento, nesta quinta-feira (27), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), se pronunciou sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Segundo Nunes, a imparcialidade do Judiciário é essencial para a democracia. Ele afirmou que, quando um juiz já tem uma decisão tomada por motivos pessoais e não com base nos autos do processo, não há justiça. “Se você não tiver juiz isento e condições para as defesas apresentarem seus argumentos, não há democracia”, declarou o prefeito.
O político também manifestou incômodo com o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que ficou conhecida por escrever com batom a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, durante os atos de 8 de janeiro. A mulher já recebeu dois votos favoráveis à sua condenação a 14 anos de prisão em regime fechado.
Para Nunes, a pena é desproporcional: “Tá me incomodando muito uma costureira, com um filho de 10 e um de 7 anos, sem nenhum antecedente criminal por portar um batom ter uma condenação de 14 anos. Isso não é razoável, nem alguém que seja do PT, do PSOL, do Cubano, Fidelista, do Fidel Castro, pode ter em sua sã consciência uma aceitação sobre uma situação dessa.”
O prefeito pontuou que não concorda com a atitude da mulher, mas acredita que punições excessivas colocam em risco direitos democráticos, como a liberdade de expressão. Ele ainda anunciou que estará presente na manifestação marcada para o dia 6 de abril, convocada por Jair Bolsonaro em defesa da anistia aos envolvidos e condenados pelos atos de 8 de janeiro.