Cidades do Vale do Aço apresentam crescimento na formalização do MEI , apontam dados

Regional Rio Doce e Vale do Aço registrou aumento de 205% no número de MEI em relação ao mês de março de 2018

Por Plox

28/04/2019 08h07 - Atualizado há cerca de 5 anos

Próximo ao dia em que se comemora o Dia do Trabalho (1º de maio), alguns dados chamam atenção, para o crescimento do número de trabalhadores formalizados como Microempreendedores Individuais (MEI). Em Minas Gerais, já são 941 mil MEI, cerca de 11,5% do contingente do país. A taxa de crescimento do número de MEI no estado, nos últimos 12 meses, é de 21,6%. “Isto é um indicador de que o empreendedorismo vem se consolidando como alternativa econômica para milhares de trabalhadores no estado”, avalia Felipe Brandão, gerente de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.
 
Segundo o IBGE, o número de empresários no Brasil cresceu 5,5% entre 2015 e 2017, passando de 7,3 milhões para 7,7 milhões de pessoas. “Estamos vivendo uma mudança expressiva no mercado de trabalho, tanto no Brasil quanto no mundo. O avanço tecnológico está transformando os modelos de negócios, reduzindo a necessidade de mão de obra em muitos setores, mas abrindo oportunidades para novos empreendimentos”, destaca Brandão.
 
Outro ponto positivo que pode ser destacado neste Dia do Trabalho é o aumento gradual do empreendedorismo por oportunidade, motivado pela identificação de uma demanda do mercado e também pelo desejo de realização pessoal. Em 2018, para cada empreendedor inicial – com até 3,5 anos de atividade – havia 1,6 por oportunidade. Os dados são do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2018), realizado no Brasil pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).

Leila Cunha é produtora cultural no Vale do Aço e região. Em 2003, a empresária teve sua primeira experiência com a arte, quando ingressou em uma escola de teatro. A partir da vivência, Leila viu no segmento cultural, a oportunidade de trabalhar a arte como um mecanismo de transformação social. Para atuar na área, a produtora se especializou com capacitações e especializações. Trabalhou como pessoa física até receber uma proposta de trabalho, quando percebeu a necessidade de se constituir como pessoa jurídica. Com a formalização, a empresária poderia atender grandes empresas privadas e públicas. Ao se tornar uma empreendedora, Leila passou a ser assistida pelo Sebrae Minas.
“Antes de receber as consultorias do Sebrae eu não trabalhava a divulgação do meu trabalho, tudo era feito de boca em boca. Então, eu passei a observar o meu negócio de maneira diferente. Agora busco dar mais visibilidade ao que eu faço, aperfeiçoando a minha identidade visual”, ressaltou a produtora, que também atua no segmento do turismo com o projeto do Sebrae Turismo no Vale.
 
A proporção de empreendedores por oportunidade vem aumentando gradativamente desde 2015, auge da crise econômica brasileira, chegando a 62% em 2018. No ano passado, mais de 15 milhões de brasileiros empreendiam por oportunidade, número 60% superior ao de empreendedores por necessidade. E o que mais chama a atenção: ter o próprio negócio já figura na quarta colocação entre os principais sonhos dos brasileiros, enquanto fazer carreira numa empresa aparece em oitavo lugar.
 
O aumento de empreendedores também é realidade na região do Vale do Aço. Coronel Fabriciano é a cidade que lidera o crescimento de formalização de MEI no mês de março/2019. O município apresentou um aumento de 303%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em seguida vem Timóteo, com aumento de 268%. Em terceiro lugar Ipatinga, onde o percentual cresceu 236%, e por último Santana do Paraíso, que aumentou em março 160% na formalização de MEI.

vale-do-aço(Foto: arquivo Plox/ divulgação)
 
O empreendedorismo tem modificado fortemente a estrutura de trabalho no Brasil. “Isto é irreversível e muito positivo, não só porque hoje temos um ambiente mais favorável ao empreendedorismo, por conta de avanços na legislação, mas porque o maior acesso às tecnologias e à informação faz com que as pessoas enxerguem outras possibilidades além do emprego com carteira assinada”, afirma o gerente do Sebrae Minas, Felipe Brandão.
 
Mais empregos
 
Entre 2014 e 2018, Minas Gerais perdeu 249,5 mil empregos formais, segundo o IBGE. Até março de 2019, o saldo entre admissões e contratações no estado ficou positivo em 32.671 vagas criadas. E as Micro e Pequenas Empresas (MPE) têm se mantido como as principais geradoras de trabalho no Brasil. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em fevereiro deste ano, o saldo líquido de empregos nas MPE mineiras foi de 16.394, um aumento de 230,66% em relação ao mês anterior.
 
No mesmo período, as médias e grandes empresas registraram um saldo de 9.305, representando um aumento de 375,05% em relação ao mês anterior. “Minas Gerais apresentou o segundo melhor saldo líquido de empregos nas MPE do país, atrás apenas de São Paulo” comenta Brandão.
 
A força do empreendedorismo
Segundo a GEM 2018, 38% dos brasileiros entre 18 e 64 anos –  51,9 milhões de pessoas – tinham ou estavam envolvidos na criação de um negócio no ano passado. Este percentual de empreendedores é o segundo maior registrado pela GEM no Brasil há 10 anos, ficando abaixo apenas do registrado em 2015 (39%) e representa um crescimento de dois pontos percentuais em relação aos dois anos anteriores.
 
A força dos pequenos negócios
Os pequenos negócios, incluindo Microempreendedores Individuais (MEI), Micro e Pequenas Empresas (MPE) e produtores rurais, representam mais de 99% das empresas brasileiras. Em Minas Gerais, o segmento soma mais de 2, 2 milhões de empreendimentos, e gera quase 60% dos empregos formais do estado.
941.001 MEI
751.665 MPE
574.107 produtores rurais

 

*Fonte: Portal do Empreendedor, 2019 + RAIS, 2017 e Sistema Nacional do Cadastro Rural, 2016

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