Evangélicos devem superar católicos no Brasil até 2032, projeta especialista

Mudança histórica na maior nação católica do mundo é impulsionada pelo crescimento evangélico nas últimas décadas

Por Plox

28/04/2025 09h54 - Atualizado há cerca de 21 horas

A hegemonia do catolicismo no Brasil parece estar próxima do fim, segundo projeções recentes. O país, que ainda lidera em número de católicos no mundo, vive uma transformação religiosa que vem se desenhando principalmente nos últimos 35 anos, com o crescimento expressivo do evangelicalismo.


Imagem Foto: Pixabay


Em 1940, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a produção dos censos nacionais, 95% da população brasileira se declarava católica. Com o passar das décadas, esse número caiu de forma constante e, em 2010, correspondia a apenas 64,6% dos brasileiros.



O doutor em demografia José Eustáquio Diniz Alves estima que, mantendo-se essa tendência, até o ano de 2032 os evangélicos ultrapassem os católicos. Conforme suas projeções, o percentual de católicos cairia para 38,6%, enquanto os evangélicos alcançariam 39,8% da população.


Apesar dessa previsão, Alves, pesquisador aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, ressalta que
\"esse gráfico é uma projeção com os dados que a gente tem hoje\"

, indicando que a virada poderá sofrer alterações conforme novos dados forem divulgados. O Censo Demográfico de 2022, cujos resultados ainda não foram oficialmente publicados, trará informações atualizadas sobre o cenário.


Mesmo diante da queda proporcional de fiéis, a Igreja Católica registra crescimento em outras áreas. Nos últimos 25 anos, o número de padres saltou de 16,8 mil para 22,5 mil, acompanhado de um aumento de 43,6% nas paróquias, que hoje ultrapassam as 12,6 mil comunidades em todo o Brasil.


Entretanto, entre as mulheres religiosas, a realidade é distinta. Em 1969, o Brasil contava com quase 42 mil freiras, monjas e outras religiosas. Atualmente, são cerca de 23,1 mil, o que representa uma diminuição histórica de quase 45%.


Para José Eustáquio Diniz Alves, diversos fatores explicam a redução do catolicismo. Entre eles, a dificuldade da Igreja em acompanhar o crescimento das cidades e a maior sintonia do discurso evangélico com o capitalismo em comparação ao católico. Ele acredita que, após a reviravolta, ambos os grupos religiosos possam atingir uma fase de estabilidade, com católicos e evangélicos mantendo percentuais próximos, formando um platô.



O cenário religioso brasileiro, portanto, caminha para uma profunda transformação que poderá ser confirmada nos próximos anos, mudando a configuração histórica da fé no país.


Destaques