Onça capturada após matar caseiro no Pantanal não voltará à natureza
Animal é avaliado em Campo Grande e será encaminhado ao Programa de Manejo Populacional da espécie
Por Plox
28/04/2025 15h01 - Atualizado há 2 dias
A onça-pintada capturada na região de Aquidauana, no Pantanal, onde Jorge Avalo, de 60 anos, foi atacado e morto, não será reintroduzida à natureza. A informação foi confirmada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Desde a última quinta-feira (24), o felino permanece no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, onde passa por exames clínicos e comportamentais. O animal, um macho de aproximadamente nove anos, será encaminhado a uma instituição autorizada a manter fauna silvestre e integrado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo ICMBio.

O felino capturado demonstrava comportamento de alta habituação ao ser humano, resultado da prática ilegal de ceva — o fornecimento intencional de alimentos para aproximar animais silvestres —, registrada em vídeos nas redes sociais. O ICMBio alertou que essa prática representa risco tanto para moradores quanto para visitantes da região.
'Ao condicionar o animal à presença humana, ele perde o medo natural que deveria ter e isso é extremamente perigoso', destacou Fernando Tortato, coordenador do Programa de Conservação da Panthera no Brasil
A Polícia Militar Ambiental instalou armadilhas fotográficas para monitorar a presença de outros animais na área do ataque.
A Polícia Militar Ambiental confirmou a morte de Jorge Avalo no dia 21 de abril, após localizar pegadas do felino junto a partes do corpo do caseiro. Dois dias depois, mais restos mortais foram encontrados em uma toca em mata fechada. O corpo foi sepultado após passar por exames periciais no Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana.

A captura do felino envolveu uma operação coordenada com 10 policiais da PMA. Embora a onça capturada rondasse o pesqueiro onde Jorge foi atacado, ainda não se sabe se é exatamente o mesmo animal responsável pela morte.

Especialistas alertam para a necessidade de medidas rigorosas de segurança em áreas com presença de onças. Entre as orientações estão evitar caminhadas solitárias, fazer barulho durante trilhas, não correr ao avistar uma onça e evitar trilhas noturnas. O cuidado também deve ser redobrado ao notar sinais de presença como pegadas, fezes ou arranhões em árvores.