Relato de Preta Gil sobre câncer colorretal alerta para aumento da doença entre jovens
Especialistas destacam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para conter avanço do câncer colorretal no Brasil
Por Plox
28/04/2025 09h13 - Atualizado há cerca de 22 horas
O recente depoimento de Preta Gil sobre sua batalha contra o câncer colorretal reacendeu discussões sobre a negligência com sinais de alerta do próprio corpo. Durante muito tempo, a cantora ignorou sintomas que, hoje, reconhece como indicativos importantes da doença.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer colorretal é o segundo mais frequente tanto em homens quanto em mulheres no Brasil. A médica coloproctologista Suyanne Lopes ressalta que, diferentemente de outros tipos de câncer, este pode ser efetivamente prevenido. $&&$No câncer de cólon, conseguimos prevenir retirando lesões pré-malignas através da colonoscopia$, afirma.
A colonoscopia detecta pólipos, que, se não removidos, podem evoluir para câncer de intestino. Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que o exame seja realizado a partir dos 50 anos, mas na prática, médicos já solicitam a partir dos 45. A especialista ainda destaca que pessoas nascidas após 1990 apresentam risco dobrado de desenvolver câncer de cólon e quadruplicado para o de reto em comparação a gerações anteriores.
Mudanças no estilo de vida, como dietas ricas em alimentos industrializados, consumo elevado de açúcar e carne vermelha, baixa ingestão de fibras, obesidade e sedentarismo, são apontadas como os principais fatores para o crescimento dos casos em jovens. Em 2013, um estudo revelou que 29% dos casos afetavam pacientes com menos de 55 anos, um salto em comparação aos 15% registrados nos anos 1990.
O caso do ator Chadwick Boseman, que morreu aos 43 anos por câncer colorretal, reforça a gravidade da situação. No Brasil, Simony e Preta Gil também enfrentaram a doença fora da faixa etária mais comum, chamando a atenção para a necessidade de vigilância.
Suyanne Lopes alerta que o câncer colorretal muitas vezes só apresenta sintomas em estágios avançados, como sangue nas fezes, perda de peso inexplicada, anemia, dores abdominais e alterações no hábito intestinal. A colonoscopia continua sendo o exame mais eficaz para detectar lesões suspeitas e realizar biópsias.
Enquanto tomografias e ressonâncias servem para avaliar a extensão da doença e orientar o tratamento, apenas a colonoscopia possibilita o diagnóstico preciso. Embora alternativas como a colonoscopia virtual existam, elas não permitem a retirada de material para análise.
Além de fatores comportamentais, há riscos não modificáveis, como idade avançada, tabagismo, alcoolismo e doenças inflamatórias intestinais, que também contribuem para o surgimento da doença.
O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia e, em casos específicos de tumores no reto, radioterapia. A decisão pelo tipo de tratamento leva em conta a condição clínica do paciente, a idade, o estágio da doença e a presença de linfonodos acometidos. $&&$Não tratamos apenas a doença, tratamos o paciente$, conclui Suyanne.