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A Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes) formalizou nesta segunda-feira (27) a aceitação da proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo Lula. Em contrapartida, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) recusou os termos, aumentando a tensão no movimento grevista que envolve 58 universidades e institutos federais.
A greve, que já dura 54 dias, teve cinco rodadas de negociações sem consenso entre as partes. A proposta aceita pela Proifes prevê um aumento salarial de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. No entanto, os servidores reivindicavam um reajuste de 7,06% já em 2024, além de 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. A negativa do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos em aceitar contrapropostas exacerbou as divergências, com o Andes acusando a Proifes de não ter legitimidade para firmar um acordo.
A assinatura do acordo pelo Proifes gerou uma troca de acusações entre os sindicatos durante uma reunião em Brasília. Gustavo Seferian, presidente do Andes, considerou a ação "um golpe" e "um tiro no pé" do governo. Por outro lado, Wellington Duarte, presidente da Proifes, defendeu a decisão como parte do "jogo democrático". A expectativa é que o anúncio oficial sobre o acordo ocorra no dia 6 de junho.
O Andes agora busca mobilizar os professores para a continuidade da greve, argumentando que a postura do governo fortaleceu o movimento e fragilizou a imagem de Lula como defensor da educação. Em eventos recentes, Lula enfrentou protestos de docentes e estudantes, e declarou que "eles [servidores] pedem quanto eles querem, a gente [governo] dá quanto a gente pode".
A crise financeira das universidades federais é um dos pontos centrais das reivindicações. Instituições como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já declararam estar em estado de calamidade financeira. Diante desse cenário, o Andes pressiona por uma recomposição do orçamento das universidades, reduzido nos últimos anos.
Em meio às críticas, aliados do governo no Congresso tentam proteger Lula. Deputados petistas como Zeca Dirceu e Natália Bonavides responsabilizam gestões anteriores pelos problemas enfrentados pela educação. Dirceu ressaltou que "durante cinco, seis anos, a educação só viveu retrocessos", e Bonavides destacou a necessidade de "fazer luta para conseguir conquistas" e resolver a desvalorização salarial e a escassez orçamentária herdadas dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
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