Bloqueio de bens e prisão de Bolsonaro são analisados pelo STF por apoio a Eduardo nos EUA

Ex-presidente admitiu financiar o filho, o que pode levá-lo a responder por crimes como obstrução e coação contra o Judiciário

Por Plox

28/05/2025 20h54 - Atualizado há 19 dias

O Supremo Tribunal Federal (STF) avalia adotar medidas como o bloqueio de bens e até a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, após ele admitir publicamente que financia as atividades de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.


Imagem Foto: Reprodução


A situação ganhou destaque após declarações em que Bolsonaro confirmou o custeio da estadia de Eduardo em solo americano. “Estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o PIX, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um Judiciário parcial”, declarou.



Segundo reportagem da jornalista Mônica Bergamo, publicada na Folha de S.Paulo, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado afirmou que R$ 8 milhões, dos R$ 17 milhões arrecadados em vaquinhas, já foram utilizados por Bolsonaro. Parte do valor teria sido enviada a Eduardo, que estaria atuando nos EUA para pressionar o ex-presidente Donald Trump a adotar medidas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.



Integrantes da Corte interpretam as declarações como indício de que Bolsonaro estaria diretamente envolvido em ações potencialmente criminosas, como obstrução de investigações, coação no curso de processos e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Essas acusações envolvem também o deputado Eduardo Bolsonaro, já alvo de inquérito em andamento.


No pedido formal enviado ao STF para investigar Eduardo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou que o ex-presidente também seja ouvido, ressaltando que Bolsonaro declarou ser o responsável financeiro pela manutenção do filho nos EUA, o que o tornaria beneficiário direto da conduta investigada.


Gonet também sinalizou que novas medidas podem ser tomadas, inclusive de caráter cautelar. Um magistrado ouvido pela reportagem apontou que uma das possibilidades é justamente a decretação de prisão preventiva de Jair Bolsonaro.



Nos EUA, Eduardo tem feito pronunciamentos públicos em tom de confronto. Em entrevista ao influencer Paulo Figueiredo, afirmou estar sendo perseguido por Alexandre de Moraes, comparando sua situação à de exilados políticos de regimes como Cuba, Venezuela e Coreia do Norte. A atuação internacional do deputado é vista por autoridades como tentativa de deslegitimar o STF e interferir em investigações.


O fato de essa ofensiva ser financiada pelo próprio pai, agora documentado por declarações, pode ampliar significativamente o escopo das apurações e trazer desdobramentos relevantes para a esfera judicial do ex-presidente.


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