Brasil mantém cotas para importação de aço e setor comemora
Instituto Aço Brasil celebra renovação de medida que impõe limite à entrada de aço estrangeiro, especialmente o chinês
Por Plox
28/05/2025 18h44 - Atualizado há 2 dias
O Instituto Aço Brasil, que representa a indústria siderúrgica no país, manifestou apoio à renovação por mais 12 meses das cotas de importação de aço, uma decisão oficializada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) na última terça-feira (27).

Na nota divulgada nesta quarta-feira (28), o Instituto afirmou que o setor 'não poderia ficar sem esse mecanismo de defesa', referindo-se à medida que também mantém a tarifa de importação de 25%. A renovação abrange dez códigos NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) previamente enquadrados e inclui outras quatro chamadas 'NCMs de fuga', classificações que vinham sendo usadas para contornar as cotas e as restrições tarifárias.
A reação do setor é compreensível diante do crescente volume de aço estrangeiro, sobretudo da China, que vem ingressando no Brasil com preços muitas vezes inferiores ao custo de produção, devido a subsídios concedidos por governos estrangeiros. Essa prática tem gerado perdas significativas para a indústria nacional.
A imposição das cotas teve início em 2024, após insistentes apelos de empresas brasileiras. Naquele ano, foram definidos limites para 11 produtos, com a cobrança de taxa adicional de 25% sempre que as importações ultrapassassem 30% da média de entrada registrada entre 2020 e 2022. A medida venceria em 31 de maio de 2025, o que gerava preocupação entre os empresários do ramo.
Para 2025, o Instituto Aço Brasil estima um aumento de 75% na entrada de aço importado em relação à média de 2020 a 2022. Em 2024, o volume já havia subido 18,6% comparado a 2023. Somente entre janeiro e abril deste ano, o crescimento foi de 27,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 2,2 milhões de toneladas — o que equivale a um quarto das vendas do mercado doméstico.
Mesmo com a renovação, a entidade avalia que é necessário reforçar as barreiras contra práticas comerciais desleais. A nota ressalta que 'é preciso preservar a competitividade, empregos, investimentos e a geração de renda no país', apontando para a urgência na adoção de medidas ainda mais eficazes contra a concorrência externa.
A continuidade das cotas é vista como uma vitória parcial, mas essencial, diante dos desafios que o setor ainda enfrenta para se manter competitivo no cenário global.