Justiça define hoje o destino de acusados de desvio milionário na Grande BH
Esquema de fraude financeira que teria desviado R$35 milhões de três empresas de Nova Lima
Por Plox
28/06/2024 07h38 - Atualizado há 8 meses
A Justiça deve decidir nesta sexta-feira (28) se mantém presos os membros da família Bacha e outros envolvidos em um esquema de fraude financeira que teria desviado 35 milhões de reais de três empresas na região metropolitana de Belo Horizonte. Entre os detidos está a empresária Samira Monti Bacha, de 40 anos, apontada pela polícia civil como a líder do esquema, que envolvia a lavagem de dinheiro por meio da compra de bens de luxo, como joias.

Além de Samira, foram presos seu irmão, Leonardo Monti Bacha, a dona de uma joalheria em Nova Lima, Simony Esteves Viana, e Pedro Augusto Cotta Rodrigues. Na quinta-feira (27), aconteceu a audiência de custódia para decidir sobre a manutenção das prisões. A Justiça indeferiu o pedido da defesa pela liberdade dos suspeitos e concedeu um prazo de 24 horas para o Ministério Público analisar o caso.
O delegado responsável pela investigação, Alex Machado, explicou que Samira comprava joias, bolsas e relógios caros para lavar o dinheiro desviado. Ela também realizou várias viagens a Dubai com o mesmo propósito. "Nós obtivemos documentação de que ela fez compras em Dubai de 150 e 180 mil dólares", disse Machado.
Samira é investigada também pela Receita Federal, onde é registrada como sócia de quatro empresas de soluções financeiras e investimentos, além de uma consultoria e uma joalheria. Durante a investigação, foi constatado que os valores desviados foram convertidos em bens de luxo, como carros, joias e viagens internacionais. Em suas viagens a Dubai, Samira trouxe várias joias e se associou com uma joalheria em Nova Lima.
No momento da prisão, Samira estava em seu apartamento, avaliado em 6 milhões de reais, localizado em um condomínio de alto padrão. Inicialmente, ela teria devolvido cerca de 4 milhões de reais em bens e 800 mil reais em transferências via Pix após ser confrontada pelas vítimas. Posteriormente, passou a negar o crime e ocultar o restante dos valores desviados, além de coagir testemunhas.
As investigações também revelaram que Samira manipulava os cartões de crédito das empresas envolvidas, cancelando faturas após lucrar com elas e renovando o crédito. "Verificamos que ela não conseguia comprovar a origem do material, não tinha sequer uma nota fiscal para apresentar aos policiais", concluiu o delegado.
A decisão da Justiça sobre a manutenção das prisões deve ser anunciada ainda hoje.