Lula considera anistia para envolvidos no 8 de janeiro, mas evita apressar debate

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (27) que pode considerar a possibilidade de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro no futuro, mas enfatizou que não deseja "precipitar a discussão".

"Precisamos terminar de apurar todas as denúncias do 8 de janeiro. Quando tiver todo mundo processado, ou livre de processo, aí tudo bem, podemos perdoar pessoas que estão presas há muito tempo. Anistia é para isso", declarou Lula em entrevista à rádio Itatiaia. Ele destacou ainda que, apesar de ser favorável à anistia em seu histórico de lutas, neste caso específico, ainda não se sabe todos os envolvidos nos atos golpistas: "A gente ainda nem sabe sobre todos que praticaram o golpe. É preciso que a sociedade saiba quem tentou dar o golpe nesse país".

Lula também mencionou a situação dos envolvidos que fugiram para a Argentina, ressaltando que deseja o retorno desses indivíduos ao Brasil. Segundo ele, há mais de 65 fugitivos no país vizinho, dos quais aproximadamente 30 já foram condenados. O presidente destacou que o retorno dos foragidos é necessário "para dar a lição que eles merecem".

Colaboração da Argentina
Após solicitações de Brasília, a Argentina forneceu ao Brasil uma lista dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro que entraram no país. Buenos Aires alertou que algumas dessas pessoas já deixaram a Argentina, mas não informou seus destinos atuais.

Lula reafirmou a importância de finalizar o processo de investigação e julgamento dos envolvidos antes de considerar a anistia, buscando garantir a justiça e a transparência para a sociedade brasileira.