Polícia registra mais de 500 casos de golpes do "Jogo do Tigrinho" em São Paulo
Investigações apontam que perfis falsos são usados para convidar usuários
Por Plox
28/06/2024 07h53 - Atualizado há 8 meses
A plataforma online conhecida como “Jogo do Tigrinho” gerou mais de 500 boletins de ocorrência no estado de São Paulo desde o ano passado, conforme divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta quinta-feira (27). O jogo, que simula um caça-níquel, atrai usuários com a promessa de dinheiro fácil, mas tem resultado em fraudes e prejuízos significativos para muitos.

A Polícia Civil de São Paulo investiga a participação de organizações criminosas nos golpes, onde perfis falsos e grupos nas redes sociais são usados para atrair jogadores. A 3ª Delegacia do Departamento de Investigações Criminais (Deic) apurou que as plataformas do "Jogo do Tigrinho" estão hospedadas fora do país e operam de forma clandestina, aumentando a dificuldade das investigações.
Os golpistas recorrem a influenciadores digitais para divulgar o jogo, apresentando uma vida de luxo supostamente financiada pelos ganhos no jogo. O delegado Eduardo Miraldi explica: “A pessoa clica no link e faz um cadastro, pagando para realizar apostas. Influenciadores fazem postagens falsas de supostos ganhos, o que engana os usuários a apostar mais.” Miraldi acrescenta que os supostos prêmios de valores altos, como R$ 10 mil ou R$ 90 mil, não são reais.
As investigações revelaram que muitos usuários que ganham prêmios têm suas contas bloqueadas ao tentar resgatar o dinheiro. “Temos inúmeros boletins de ocorrência registrados no estado de pessoas que apostaram e ganharam, mas nunca receberam o prêmio. O golpe está aí,” afirmou o delegado.
Além disso, a polícia investiga as empresas que intermediariam os pagamentos feitos pelos usuários. Devido ao alto volume de denúncias, a Polícia Civil tem realizado operações e feito indiciamentos contra os golpistas. Segundo a SSP, veículos e imóveis já foram apreendidos, e os envolvidos podem responder por crimes como estelionato, crime contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Entre os casos de vítimas, destaca-se o de uma enfermeira que, ao perder R$ 25 mil, foi pressionada por agiotas. A situação demonstra o potencial de vício e os graves prejuízos financeiros causados pelo "Jogo do Tigrinho".