Flávio Bolsonaro critica ameaça de sanções dos EUA ao Brasil

Senador classifica aplicação da Lei Magnitsky como desastrosa e diz que irmão Eduardo é usado como bode expiatório

Por Plox

28/07/2025 10h26 - Atualizado há 5 dias

Durante entrevista concedida nesta segunda-feira (28) à Rádio Itatiaia, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que uma eventual imposição da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra autoridades brasileiras causaria efeitos desastrosos ao país. Essa possibilidade tem sido debatida nos bastidores da política externa norte-americana, diante de denúncias de suposta perseguição política contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Imagem Foto: Agência Brasil


Flávio destacou que o cenário seria extremamente negativo:
\"Espero que isso não aconteça, porque seria desastroso ainda mais aqui para o nosso Brasil\"

. A Lei Magnitsky, que permite aos EUA sancionar autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos, tem sido mencionada por aliados do ex-presidente Donald Trump como uma ferramenta para pressionar o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o senador, Trump dispõe de diversas opções para exercer pressão diplomática e econômica sobre outros países. Ele explicou que o contexto atual de disputas não envolve mais apenas confrontos armados, mas formas modernas de enfrentamento. “As guerras agora são comerciais, são pressões com relação a parceiros”, disse.



Ao comentar sobre a postura do ministro Alexandre de Moraes, Flávio apontou que a continuidade das ações do magistrado contra a direita no Brasil poderia motivar respostas imprevisíveis por parte de Trump. Para ele, o governo brasileiro está alimentando a crise ao lidar de maneira equivocada com seus adversários políticos.


Questionado sobre o envolvimento de seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no agravamento da tensão diplomática, Flávio negou qualquer protagonismo e o classificou como “bode expiatório” do governo atual. “O papel do Eduardo não é de negociação. O que ele fez foi levar informações ao governo dos Estados Unidos sobre a realidade do Brasil”, afirmou.



Segundo ele, Eduardo não tem poder de influenciar decisões de Trump ou de qualquer instância oficial americana.
\"Não dá para achar que o Eduardo vai manipular o presidente Trump... É absurdo dizer que meu irmão impede a negociação entre os dois países\"

, reforçou o senador, acusando o governo Lula de ser incapaz de estabelecer diálogo internacional eficaz.

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, tem se reunido com aliados do ex-presidente americano e defende uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos investigados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, incluindo seu pai, Jair Bolsonaro.



A crise diplomática entre os dois países voltou a se intensificar após Eduardo, em solo americano, defender que o governo dos EUA adote medidas contra ministros do STF e integrantes do governo brasileiro. A declaração gerou reações internas e fortaleceu a discussão em torno de possíveis sanções internacionais.



Flávio, por sua vez, reforça que qualquer medida desse tipo traria prejuízos severos ao Brasil e insiste que seu irmão está sendo injustamente responsabilizado por tensões que, segundo ele, nascem da conduta autoritária de integrantes do Judiciário e da postura do Executivo.


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