Ministra do STF questiona homenagem a coronel da época da ditadura em São Paulo

Cármen Lúcia dá prazo de cinco dias para Tarcísio de Freitas e presidente da Alesp, André do Prado, explicarem denominação em honra ao coronel Antônio Erasmo Dias.

Por Plox

28/08/2023 09h23 - Atualizado há mais de 1 ano

A Ministra Cármen Lúcia, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de cinco dias para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, preste esclarecimentos sobre a homenagem concedida ao coronel Antônio Erasmo Dias, figura notória durante o período ditatorial. André do Prado, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) do partido PL, também foi convocado a se explicar sobre o caso.

 

 

 

Foto: Reprodução/Twitter

A Homenagem
No mês de junho, uma lei sancionada por Tarcísio nomeou um entroncamento na região de Paraguaçu Paulista como "Deputado Erasmo Dias". A cidade é também o local de nascimento do coronel reformado. Erasmo Dias é mais conhecido pelo episódio de "A invasão da PUC", onde, em 1977, liderou a tomada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Durante o incidente, estudantes estavam em processo de reestruturação da União Nacional dos Estudantes (UNE). Dias também coordenou operações contra a guerrilha de Carlos Lamarca em São Paulo.

 

Reações e Posicionamentos
O pedido de esclarecimento não se restringiu a Tarcísio e Prado. A ministra também solicitou pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A controvérsia surgiu após ação ao STF proposta por partidos políticos como PT, PSOL e PDT, juntamente com o Centro Acadêmico 22 de Agosto. Segundo a ação, a homenagem visa a "justificar a ditadura militar". Os autores declararam: "Ao homenagear Antônio Erasmo Dias, um dos mais emblemáticos agentes das violações aos direitos fundamentais perpetradas durante a ditadura militar, prestigia as investidas das novas formas de autoritarismo".

Destaques