Polícia Civil em Ipatinga faz coleta de DNA de parentes de pessoas desaparecidas
Campanha nacional mobiliza familiares para doação de material genético para intesificar buscas por desaparecidos; PCMG integra ação
Por Plox
28/08/2024 16h24 - Atualizado há 7 meses
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) integra, nesta semana, a Mobilização Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. O objetivo é convidar familiares de pessoas desaparecidas a doarem amostra biológica para comparação com os Bancos Estaduais de Perfis Genéticos, assim como o Banco Nacional de DNA de pessoas vivas ou falecidas, com identidade desconhecida. Em Ipatinga, a coleta é feita no novo Posto Médico Legal (PML). Veja os detalhes na Live.
Pontos de coleta e procedimento
A coleta das amostras de DNA está sendo realizada exclusivamente em pontos específicos, preparados para esse fim. Em Ipatinga, os familiares podem comparecer ao novo Posto Médico Legal (PML), localizado na Avenida Londrina, nº 07, no bairro Distrito Industrial. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 09h às 12h e das 14h às 17h, sem a necessidade de agendamento prévio. Os familiares deverão levar identidade e o Reds do desaparecimento realizado na Delegacia Regional de Polícia.

Pontos focais
Em Belo Horizonte, os familiares deverão procurar a DRPD para emitir requisição pericial, portando documento de identificação e o Registro de Evento de Defesa Social (Reds) do desaparecimento que tenha sido registrado na DRPD.
Em seguida, eles serão direcionados ao Instituto Médico-Legal (IML) Dr. André Roquette para coleta do material, das 8h às 18h.
No interior do estado, os familiares deverão procurar a Delegacia Regional de Polícia Civil, para emissão da requisição pericial e, posteriormente, serão direcionados ao Posto Médico-Legal, das 8h às 18h.
Consulte os endereços das unidades aqui.

Cenário
Entre janeiro e agosto de 2024, desapareceram 45.670 pessoas, sendo 29.498 do sexo masculino e 15.833, do feminino. Desse total, 12.148 tinham até 17 anos e 32.415, mais de 18 anos. Já em relação a pessoas localizadas, o número total foi de 30.016, com 10.736 do sexo feminino e 17.931, do masculino. Já foram localizadas 7.654 pessoas de até 17 anos e 20.887 de até 18 anos, em 2024.

Tipo de material genético colhido
No IML, o familiar pode entregar qualquer material de uso pessoal do desaparecido, como barbeadores, escovas de dente, bonés, roupas usadas pelo desaparecido e que não tenham sido lavadas, escova de cabelo ou pente de uso exclusivo do desaparecido, entre outros. Em relação ao grau de parentesco, a ordem de preferência para a coleta é de pai e mãe, pai ou mãe acompanhado de filhos, pai ou mãe, filhos e irmãos de mesmo pai e mesma mãe (no mínimo dois).
O perito Giovanni Vitral esclarece que a coleta é simples e indolor. Após o procedimento, o material é encaminhado ao Laboratório de DNA para processamento e obtenção do perfil genético. O código é inserido no banco de dados, que busca por compatibilidades, apontando ou não a identificação da pessoa desaparecida.

Há, atualmente, 473 perfis genéticos de restos mortais não identificados oriundos de Minas Gerais no Banco Nacional, porém, no Banco Estadual existem 533 cadastrados. “Nem todos os perfis genéticos possuem os critérios para serem inseridos no nacional, mas apresentam critérios para serem buscados no nosso banco local”, esclarece Vitral.
As coletas de material biológico de familiares de pessoas desaparecidas podem ser realizadas durante todo ano e devem ser efetuadas no IML Dr. André Roquette (na capital) e nos postos Médico-Legais (no interior do estado).