A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, nesta quarta-feira (28), uma operação que investiga fraude em máquinas de bichos de pelúcia, populares em shoppings de todo o Brasil. A ação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em endereços de duas empresas responsáveis pelas chamadas "máquinas de garra". As investigações apontam que o sistema eletrônico desses equipamentos pode estar adulterado para dificultar a captura dos brinquedos.

Funcionamento fraudulento identificado

Perícias realizadas pelo Instituto Criminalista Carlos Éboli (ICCE) indicam que o funcionamento das máquinas está programado para liberar uma corrente elétrica que aumenta a força das garras apenas após um determinado número de jogadas, garantindo a captura das pelúcias somente quando a máquina arrecada um valor específico em dinheiro. Antes desse ponto, a corrente elétrica seria mais fraca, impossibilitando o sucesso dos jogadores.

Histórico e declarações da polícia

As investigações tiveram início em maio deste ano, após denúncias de que as máquinas estariam oferecendo bichos de pelúcia falsificados. "Efetuamos uma apreensão naquela época e, após a perícia, percebemos que os dispositivos contêm um contador de jogadas. Apenas a partir de determinado número de jogadas é que uma corrente elétrica suficiente para capturar uma pelúcia é liberada. Antes disso, a corrente elétrica é mais baixa”, explicou o delegado Pedro Brasil ao Bom Dia Rio, da TV Globo.

Segundo Brasil, “o sucesso do jogador está muito mais ligado à sorte de jogar naquele momento em que o contador permite a captura do que à sua habilidade”.

Histórico de ligação com jogos de azar

Os alvos da operação já foram investigados anteriormente por envolvimento com máquinas caça-níqueis, que são proibidas no Brasil desde 2004. Na atual operação, os crimes investigados incluem fraudes contra a economia popular, direitos do consumidor, propriedade imaterial, associação criminosa e contravenção de jogo de azar.

Apreensões e próximos passos

Além das máquinas de bichos de pelúcia, outros dispositivos eletrônicos das empresas, como celulares, tablets e notebooks, foram apreendidos para análise. As autoridades continuarão investigando para determinar o alcance da fraude e identificar todos os envolvidos. “Até o momento, em todas as máquinas foram encontrados esses dispositivos de sistema de controle de corrente elétrica para regular a pressão na grua”, concluiu o delegado Pedro Brasil.