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Economia

Café sobe mais de 40% para produtores e pode pesar no bolso do consumidor

Geadas, frio intenso, estoques reduzidos e tarifas dos EUA impulsionam alta nos preços ao produtor e podem refletir nos supermercados

28/08/2025 às 12:52 por Redação Plox

Os preços do café apresentaram forte valorização para os produtores em agosto, conforme levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Universidade de São Paulo (USP). A maior alta foi registrada na variedade robusta (conilon), que teve aumento acumulado de 43% até o dia 25 deste mês. Já o arábica subiu 26,3% no mesmo período.


Imagem Foto: Pixabay

De acordo com os dados divulgados, o preço da saca de 60 kg do café robusta chegou a R$ 1.469,43, enquanto a do arábica alcançou R$ 2.287,56. Entre os fatores que contribuíram para essa elevação estão o frio intenso, geadas que afetaram plantações e a imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos, decretada pelo presidente Donald Trump.


Segundo especialistas, o impacto dessa alta no bolso do consumidor pode ser sentido de forma gradual ao longo dos próximos meses, já que o café ainda passará pelas etapas de beneficiamento, torrefação, industrialização e distribuição. André Braz, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), explica que os repasses geralmente não ocorrem de maneira imediata.


Apesar da nova tarifa americana poder teoricamente equilibrar o mercado interno — ao reduzir as exportações e aumentar a oferta nacional — a baixa nos estoques e a quebra de safra devem neutralizar esse efeito, segundo Braz. Ele destaca que a pressão de custos permanece significativa, mesmo com essa possível compensação.


O último recuo no preço ao consumidor foi registrado em julho, com uma queda de -0,36% no café moído, conforme o IPCA-15 do IBGE. Em agosto, até a metade do mês, o produto acumulava baixa de -1,47%, mas a tendência é de inversão, com expectativa de novas altas nos próximos meses.


Celírio Inácio, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), aponta que a produção nacional tem sido inferior ao esperado desde 2020, quando o Brasil colheu cerca de 63 milhões de sacas. Ao mesmo tempo, o consumo interno seguiu crescendo.


O setor também aguarda os desdobramentos climáticos dos próximos 60 dias, período que deve marcar a florada. As condições de temperatura e chuvas serão decisivas para as perspectivas da safra de 2026.


As tarifas impostas pelos Estados Unidos seguem como tema central para o setor, já que o país é destino de cerca de 25% do café brasileiro exportado, especialmente da variedade arábica. Segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), 16,1% das exportações de 2024 tiveram os EUA como destino.


Como resposta, o Brasil tem buscado diversificar seus mercados compradores. Um dos avanços recentes foi a habilitação de 183 empresas brasileiras para exportar café à China. Em 2024, o país asiático importou aproximadamente 939 mil sacas de café do Brasil — 2,5 vezes mais do que em 2022, embora 33% abaixo do volume registrado em 2023.


Para Braz, caso a oferta continue restrita e as condições climáticas não melhorem, os consumidores devem sentir o impacto mais fortemente no final do ano, quando os repasses tendem a se intensificar.


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