Fiocruz confirma 3 casos de encefalite equina venezuelana no Amazonas
Primeiras infecções em humanos foram identificadas em Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru
Por Plox
28/08/2025 07h16 - Atualizado há 6 dias
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a ocorrência de três casos de encefalite equina venezuelana em humanos no estado do Amazonas. Os pacientes infectados — dois homens e uma mulher — são residentes da região do Alto Solimões, especificamente no município de Tabatinga, localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.

Segundo o virologista Felipe Gomes Naveca, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), essa é a primeira vez que o vírus da encefalite equina venezuelana (VEEV) é detectado em moradores da cidade. A notificação oficial às autoridades de saúde ocorreu em 31 de julho, quando também foi emitido um alerta de risco pelo município.
A identificação do vírus foi possível por meio de testes de PCR em tempo real, desenvolvidos pela própria Fiocruz, e confirmada por sequenciamento genético. Os dados foram obtidos pela equipe do estudo FrontFever. A descoberta científica foi publicada no dia 21 de agosto, sendo acompanhada de um artigo para a comunidade científica.
A Fiocruz destacou que o VEEV é uma causa pouco reconhecida de doenças febris agudas na região amazônica, o que reforça a importância da vigilância genômica para detectar arbovírus e outros vírus emergentes. Durante o II Encontro da Rede Genômica da Fiocruz, realizado no último dia 14, o virologista Naveca ressaltou a relevância do monitoramento genético nesses cenários.
A encefalite equina venezuelana é uma inflamação cerebral provocada por um alphavirus transmitido por mosquitos, afetando tanto humanos quanto equinos. Os sintomas podem variar de uma febre leve a complicações neurológicas graves, como sequelas motoras, cognitivas, emocionais e comportamentais. No entanto, conforme informações da Fiocruz, a maioria dos casos tende a evoluir de forma branda, sem consequências duradouras. O genoma parcial do vírus detectado já está disponível no GenBank desde 18 de agosto.