O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para analisar o impacto das apostas online, conhecidas como "bets", entre pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica.

Segundo dados divulgados pelo Estadão, nos últimos 12 meses, 30% dos brasileiros com contas bancárias buscaram empréstimos para financiar apostas. Em agosto, beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, movimentaram R$ 3 bilhões via PIX em apostas, conforme informações do Banco Central.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, ligada ao MPF, solicitou ao Banco Central o compartilhamento de todas as informações disponíveis sobre o tema. O Ministério da Fazenda também foi notificado para detalhar as medidas adotadas na regulamentação das apostas digitais e possíveis ações para corrigir abusos e distorções.

O procurador federal dos Direitos do Cidadão, Nicolao Dino, destacou a preocupação de especialistas com a publicidade massiva das apostas, pelo risco de incentivar a compulsão por jogos de azar, o que pode causar impactos mais graves na população vulnerável.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acompanha o debate e avalia medidas sobre o tema junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última sexta-feira, o ministro Luiz Fux convocou uma audiência pública no STF para discutir as apostas online. Serão ouvidos especialistas, entidades reguladoras, órgãos governamentais e representantes da sociedade civil, com o objetivo de fornecer informações técnicas aos ministros para auxiliar na tomada de decisão sobre o tema.