Frigorífico em Goiânia retira cartaz polêmico após denúncia de deputado do PT
Mensagem que declarava que 'petista não é bem-vindo' levou o caso ao Ministério Público e ao Procon
Por Plox
28/09/2025 07h36 - Atualizado há 3 dias
Em Goiânia, um cartaz com a frase 'petista aqui não é bem-vindo' afixado na entrada de um açougue acabou motivando uma representação formal ao Ministério Público e ao Procon do estado. O responsável pela denúncia foi o deputado estadual Mauro Rubem (PT), que classificou a atitude como uma forma de publicidade e prática comercial abusiva, alegando discriminação ideológica contra consumidores.

O estabelecimento envolvido, conhecido como Frigorífico Goiás, já vinha chamando atenção por seu posicionamento político explícito. Em suas redes sociais, a empresa promove frequentemente conteúdos em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegou a vender produtos com imagens do ex-mandatário brasileiro ao lado de Donald Trump. Durante as eleições de 2022, o frigorífico lançou uma promoção que vendia picanha por R$ 22 o quilo para quem aparecesse usando a camiseta da Seleção Brasileira — uma referência direta ao número do então candidato. A ação foi posteriormente proibida pela Justiça Eleitoral.
A nova polêmica estourou na quarta-feira (24), quando o parlamentar petista informou que havia oficializado as denúncias. Para ele, impedir ou desencorajar o atendimento com base em posicionamento político configura violação à legislação de defesa do consumidor.
“Estabelecimento aberto ao público não pode excluir consumidores por ideologia. Quando uma loja escreve que determinado grupo ‘não é bem-vindo’, pratica discriminação”,
afirmou Mauro Rubem em nota à imprensa.
Em resposta à repercussão, Leandro Batista da Nóbrega, proprietário do Frigorífico Goiás, gravou um vídeo atacando o deputado. Em suas palavras: “Petista aqui não é proibido de entrar no Frigorífico Goiás, não. Não é bem-vindo entrar aqui. Isso não significa que é proibido entrar aqui, seu vagabundo”.
Na sexta-feira (26), Mauro Rubem voltou a se pronunciar, reafirmando seu papel institucional de fiscalizar situações que possam representar abusos ou ilegalidades. De acordo com ele, após as denúncias encaminhadas, o cartaz foi retirado do local.
O episódio reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e práticas discriminatórias em ambientes comerciais, principalmente em tempos de polarização política intensa no país.