Doutor neurocientista diz que ansiedade é algo maravilhoso, se souber usá-la
PhD neurocientista, mestre psicanalista e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu discorda do conceito pejorativo sobre a ansiedade.
Por Plox
28/10/2021 13h46 - Atualizado há cerca de 3 anos
A ansiedade é um transtorno que afeta cerca de 19 milhões de brasileiros. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país é, inclusive, considerado a sociedade mais ansiosa do mundo. Os sintomas de uma crise de ansiedade variam de pessoa para pessoa, mas podem ser percebidos com a sudorese, a falta de ar, a hiperventilação, a sensação de boca seca, os formigamentos e as náuseas, por exemplo. Por isso, a ansiedade é quase sempre descrita negativamente. Porém, o mestre psicanalista e biólogo Dr. Fabiano de Abreu acredita que o transtorno pode ser olhado com uma visão mais branda. “A ansiedade só é ruim quando não controlada”, afirma.
Para ele, a sensação é como uma potência com um limite e quando este é ultrapassado, pode causar certa confusão. “Primeiro não podemos esquecer que a ansiedade é como uma pendência. Se não existisse, não nos moveríamos para conquistar as metas. Sem contar que a sua natureza é instintiva, para nossa sobrevivência, logo, nunca podemos vê-la como nossa inimiga. Nosso inimigo somos nós mesmos e a falta de capacidade de controlar-se”, defende.
Para o Dr. Fabiano De Abreu, a ansiedade existe dentro de uma ambiguidade constante, em que existem modos de tirar proveito de uma situação que, outrora, só traria prejuízos físicos e emocionais. “A ansiedade acima do limite prejudica o processo de memorização, mas há um ponto linear onde ajuda no processo de memorização”, exemplifica.
Ainda de acordo com ele, existem formas de se aprender a lidar com situações de pico de ansiedade. Primeiramente, deve-se identificar o problema para nomear e racionalizar a sensação; depois, pode-se buscar maneiras de enfrentar o motivo causador da ansiedade, como uma forma de autoconhecimento; também deve-se procurar formas de espairecer, mudar o foco e permitir que a mente se liberte da sensação extrema; por fim, ao superar a crise, é necessário compreender os motivos que levaram a ocorrência e repensar a situação, para que no futuro se tenha melhor controle sobre ela. “Respire fundo, prenda-se a bons pensamentos, distorça o pensamento do que te deixa ansioso e, mediante ao relaxamento momentâneo, ainda ansioso, use o controle através da inteligência emocional, para que sua ansiedade sirva de potência sináptica para concluir melhor suas tarefas”, aconselha o psicanalista.